Tecnologia e Espiritualidade

quinta-feira, 14 de novembro de 2013





Texto de uma fábula adaptado

O pulo do gato

A onça pretendia comer  o gato-do-mato.  Mas não tinha na história fato desta façanha por nenhum predador que fosse tão veloz e tão astuto quanto o gato. Então a onça teve a idéia de convidá-la para que fosse seu docente e assim que aprendesse toda sua técnica do pulo, seria capaz de poder superá-lo e assim comê-lo com facilidade.                  
Estava o gato tranqüilo na floresta apreciando a paisagem quando deu um pulo para o alto, surpreendido pela onça que logo rapidamente começou a falar, antes que o sobressaltado interpelado sumisse de vista como relâmpago.
- Calma compadre Gato, estou querendo te fazer uma proposta irrecusável. Queria ser, com muito orgulho, seu aluno na arte de pular. O senhor é o rei do pulo, seria honrado se o senhor me aceitasse e me ensinasse às técnicas da arte de saltar.
O gato desconfiado, mas diante de tanto lisonjeio ficou sem graça de não aceitar esta incumbência tão inusitada.
- Tudo bem então. – disse o gato.
 – Começamos amanhã. Esteja pronta então.
A onça foi embora toda satisfeita e ansiosa para dar prosseguimento ao seu plano diabólico de aproveitar o máximo do aprendizado para fins gustativos. 
No dia seguinte começou a lição. O gato começou ensinando os pulos básicos durante as primeiras semanas. Nas semanas seguintes prosseguiu com as intermediárias, que seriam os pulos transversos, duplos, salto à distância, reverso, mortal e assim por diante. Dando continuidade,  já passados alguns meses, começou a ensinar as lições mais avançadas, que incluíam, saltos triplos e os múltiplos inversos mortais. A onça diligente dedicada foi aprendendo com maestria todas as aulas, até então perceber que o Gato estava repetindo as atividades e não mais aprendendo algo novo, resolveu capitular seu plano.
A onça mais entediada com as repetições das aulas, impaciente e confiante aproveitou a situação em que estavam próximos a um riacho, lançou um desafio para o Gato.
- Compadre Gato, eu já aprendi toda a lição. Desafio o senhor para ver quem de nós consegue com um pulo mais rápido e certeiro, alcançar aquele lagarto que está tomando sol naquela pedra, lá no meio do riacho.
Sem questionar, dando nos ombros, o gato disse:
 - Tudo bem!
Ardilosamente a onça planejava saltar logo depois do gato e assim agarrá-la juntamente com o lagarto e ter duas refeições. O Gato não teria chance de se defender porque agora sabia todos os pulos e podia antecipar seus movimentos.
O gato como um furacão lançou-se  e deu um grande salto. A onça pulou quase em seguido atrás. O gato antes de atingir o alvo, deu uma olhada periférica e percebeu a aproximação pelo alto da onça. O gato rebateu na pedra e com um salto único e fantástico, pulou de volta e sobre a onça, caindo novamente onde tinha partido. O gato do mato começou a dar gargalhada e a onça que sem saber o que acontecera e atordoada , machucada com o choque na pedra, não conseguindo nem atingir o lagarto que fugiu assim que se alertou com todo o movimento.
- Que sacanagem foi essa seu Gato vigarista! Esse pulo você não me ensinou! – falou furiosa a onça aos grunhidos e de patas cerradas.

- Ah! Ah! Ah! Ah! Esse pulo é o “Pulo-do-Gato”. Esse pulo não ensino a ninguém. Esse pulo é só meu.



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