A
onça pretendia comer o
gato-do-mato. Mas não tinha na história
fato desta façanha por nenhum predador que fosse tão veloz e tão astuto quanto
o gato. Então a onça teve a idéia de convidá-la para que fosse seu docente e
assim que aprendesse toda sua técnica do pulo, seria capaz de poder superá-lo e
assim comê-lo com facilidade.
Estava
o gato tranqüilo na floresta apreciando a paisagem quando deu um pulo para o
alto, surpreendido pela onça que logo rapidamente começou a falar, antes que o
sobressaltado interpelado sumisse de vista como relâmpago.
-
Calma compadre Gato, estou querendo te fazer uma proposta irrecusável. Queria
ser, com muito orgulho, seu aluno na arte de pular. O senhor é o rei do pulo,
seria honrado se o senhor me aceitasse e me ensinasse às técnicas da arte de
saltar.
O
gato desconfiado, mas diante de tanto lisonjeio ficou sem graça de não aceitar
esta incumbência tão inusitada.
-
Tudo bem então. – disse o gato.
– Começamos amanhã. Esteja pronta então.
– Começamos amanhã. Esteja pronta então.
A
onça foi embora toda satisfeita e ansiosa para dar prosseguimento ao seu plano
diabólico de aproveitar o máximo do aprendizado para fins gustativos.
No
dia seguinte começou a lição. O gato começou ensinando os pulos básicos durante
as primeiras semanas. Nas semanas seguintes prosseguiu com as intermediárias,
que seriam os pulos transversos, duplos, salto à distância, reverso, mortal e
assim por diante. Dando continuidade, já
passados alguns meses, começou a ensinar as lições mais avançadas, que
incluíam, saltos triplos e os múltiplos inversos mortais. A onça diligente
dedicada foi aprendendo com maestria todas as aulas, até então perceber que o
Gato estava repetindo as atividades e não mais aprendendo algo novo, resolveu
capitular seu plano.
A
onça mais entediada com as repetições das aulas, impaciente e confiante
aproveitou a situação em que estavam próximos a um riacho, lançou um desafio
para o Gato.
-
Compadre Gato, eu já aprendi toda a lição. Desafio o senhor para ver quem de
nós consegue com um pulo mais rápido e certeiro, alcançar aquele lagarto que
está tomando sol naquela pedra, lá no meio do riacho.
Sem
questionar, dando nos ombros, o gato disse:
- Tudo bem!
- Tudo bem!
Ardilosamente
a onça planejava saltar logo depois do gato e assim agarrá-la juntamente com o
lagarto e ter duas refeições. O Gato não teria chance de se defender porque
agora sabia todos os pulos e podia antecipar seus movimentos.
O
gato como um furacão lançou-se e deu um grande salto. A onça pulou
quase em seguido atrás. O gato antes de atingir o alvo, deu uma olhada periférica
e percebeu a aproximação pelo alto da onça. O gato rebateu na pedra e com um
salto único e fantástico, pulou de volta e sobre a onça, caindo novamente onde
tinha partido. O gato do mato começou a dar gargalhada e a onça que sem saber o que acontecera
e atordoada , machucada com o choque na pedra, não conseguindo nem atingir o
lagarto que fugiu assim que se alertou com todo o movimento.
-
Que sacanagem foi essa seu Gato vigarista! Esse pulo você não me ensinou! – falou
furiosa a onça aos grunhidos e de patas cerradas.
-
Ah! Ah! Ah! Ah! Esse pulo é o “Pulo-do-Gato”. Esse pulo não ensino a ninguém.
Esse pulo é só meu.
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