Tecnologia e Espiritualidade: agosto 2014

quinta-feira, 28 de agosto de 2014


O CAMINHO PARA O CRESCIMENTO ESPIRITUAL

O nascimento de João Batista é cercado de episódios reveladores daquele que seria o precursor do Messias.  Sua mãe, Isabel, já avançada em idade era considerada estéril; seu pai, também entrado em anos, era sacerdote e duvidou da mensagem do anjo que anunciava a gravidez da esposa e, por duvidar, ficou mudo até o nascimento do menino.  Por fim, o nome dado à criança surpreendeu a todos, por ser um nome não usual na família, mas Zacarias insiste no mesmo e, assim, volta a falar. 
Ainda no ventre da mãe, João reconhece a presença do Menino quando Isabel recebe a visita de Maria.  Desde sempre os destinos dos dois meninos estarão ligados: o batista e o cordeiro de Deus, primos, companheiros de uma mesma missão.

Os evangelhos nos narram o episódio do Batismo de Jesus como o primeiro encontro de Jesus de Nazaré com João Batista, quando ambos já estão em idade adulta. Certamente, porém, não era o primeiro encontro entre aqueles que eram primos.  Ambos foram gerados a partir da revelação da possibilidade diante do impossível: um, filho de uma virgem; outro, de uma que já se considerava estéril. 

O primeiro encontro, ainda no útero materno, foi um transbordamento de alegria e louvor.  Suas mães eram portadoras de um mistério e, cúmplices, fizeram de seus corpos instrumentos da revelação de Deus à humanidade.  Isabel, portadora do Precursor, no primeiro momento daquele reencontro entre as duas primas, anunciou – como mais tarde seu filho o faria – que naquela jovem que chegava estava sendo gerado o Messias: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto de teu ventre!” (Lc 1, 42).

Certamente outros encontros familiares se seguiram àquele primeiro.  Brincadeiras de infância, cerimônias, descobertas...  Anos se passaram até que nas águas do rio Jordão os primos voltaram a se encontrar.  O homem João, após longo período de isolamento no deserto onde vivia uma vida penitências e oração, seguia sua vocação de profeta, e anunciava que o Messias viria.  Batizava nas águas do rio, simbolizando desde já o caminho para o encontro da humanidade com Deus: conversão – misericórdia – amor - serviço. O homem Jesus que chegou às margens do rio queria ser batizado por João porque estava prestes a abraçar aquele mesmo caminho que o primo anunciava.  E, cúmplices do Mistério como suas mães, vêem o céu se abrir e o Espírito do Senhor se manifestar na forma de uma pomba e escutam o próprio Deus falar: “Tu és meu Filho amado, em ti está o meu agrado” (Mc 1, 11).

Água e Espírito se apresentam como sinais de conversão.  Um lava, o outro restaura.  A água tem sua natureza ligada à geração e à manutenção da vida humana.  Simboliza a purificação, o renascimento.  O Espírito salva, redime, fortalece, torna divino o que é humano.  João batizava com a água. Era o batismo simbólico do Precursor, cuja liturgia até hoje celebramos.  Dizia que depois dele viria um outro – Jesus – que nos batizaria no Espírito. Era o anúncio do maior dos profetas, de que a salvação era chegada através do Espírito de Deus manifestado em Jesus Cristo, que revelaria com sua vida o caminho para Deus: conversão – misericórdia – amor – serviço.  O mesmo caminho anunciado por João Batista. Era Deus revelado àqueles homens que a própria vida uniu por laços familiares e por ideais. 

Que possamos também nós seguir este caminho que João Batista e Jesus de Nazaré nos anunciaram.  Só assim, estaremos vivendo em plenitude nossa condição de batizados e batizadas, membros do povo de Deus. 

João 3
1 Havia um fariseu chamado Nicodemos, uma autoridade entre os judeus.
2 Ele veio a Jesus, à noite, e disse: "Mestre, sabemos que ensinas da parte de Deus, pois ninguém pode realizar os sinais milagrosos que estás fazendo, se Deus não estiver com ele".
3 Em resposta, Jesus declarou: "Digo a verdade: Ninguém pode ver o Reino de Deus, se não nascer de novo".
4 Perguntou Nicodemos: "Como alguém pode nascer, sendo velho? É claro que não pode entrar pela segunda vez no ventre de sua mãe e renascer!"
5 Respondeu Jesus: "Digo a verdade: Ninguém pode entrar no Reino de Deus se não nascer da água e do Espírito.
6 O que nasce da carne é carne, mas o que nasce do Espírito é espírito.
7 Não se surpreenda pelo fato de eu ter dito: É necessário que vocês nasçam de novo.
8 O vento sopra onde quer. Você o escuta, mas não pode dizer de onde vem nem para onde vai. Assim acontece com todos os nascidos do Espírito".
9 Perguntou Nicodemos: "Como pode ser isso?"
10 Disse Jesus: "Você é mestre em Israel e não entende essas coisas?
11 Asseguro que nós falamos do que conhecemos e testemunhamos do que vimos, mas mesmo assim vocês não aceitam o nosso testemunho.
12 Eu falei de coisas terrenas e vocês não creram; como crerão se falar de coisas celestiais?
13 Ninguém jamais subiu ao céu, a não ser aquele que veio do céu: o Filho do homem.
14 Da mesma forma como Moisés levantou a serpente no deserto, assim também é necessário que o Filho do homem seja levantado,
15 para que todo o que nele crer tenha a vida eterna.
16 "Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.
17 Pois Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que este fosse salvo por meio dele.
18 Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, por não crer no nome do Filho Unigênito de Deus.
19 Este é o julgamento: a luz veio ao mundo, mas os homens amaram as trevas, e não a luz, porque as suas obras eram más.
20 Quem pratica o mal odeia a luz e não se aproxima da luz, temendo que as suas obras sejam manifestas.
21 Mas quem pratica a verdade vem para a luz, para que se veja claramente que as suas obras são realizadas por intermédio de Deus".

sábado, 23 de agosto de 2014

JESUS E OS ELEMENTARES



Em Mateus 8, encontramos:
23 Entrando ele no barco, seus discípulos o seguiram.
24 De repente, uma violenta tempestade abateu-se sobre o mar, de forma que as ondas inundavam o barco. Jesus, porém, dormia.
25 Os discípulos foram acordá-lo, clamando: "Senhor, salva-nos! Vamos morrer!"
26 Ele perguntou: "Por que vocês estão com tanto medo, homens de pequena fé?" Então ele se levantou e repreendeu os ventos e o mar, e fez-se completa bonança.
27 Os homens ficaram perplexos e perguntaram: "Quem é este que até os ventos e o mar lhe obedecem?"
Em Marcos 4 encontramos:
35 Naquele dia, ao anoitecer, disse ele aos seus discípulos: "Vamos para o outro lado".
36 Deixando a multidão, eles o levaram no barco, assim como estava. Outros barcos também o acompanhavam.
37 Levantou-se um forte vendaval, e as ondas se lançavam sobre o barco, de forma que este ia se enchendo de água.
38 Jesus estava na popa, dormindo com a cabeça sobre um travesseiro. Os discípulos o acordaram e clamaram: "Mestre, não te importas que morramos?"
39 Ele se levantou, repreendeu o vento e disse ao mar: "Aquiete-se! Acalme-se!" O vento se aquietou, e fez-se completa bonança.
40 Então perguntou aos seus discípulos: "Por que vocês estão com tanto medo? Ainda não têm fé?"
41 Eles estavam apavorados e perguntavam uns aos outros: "Quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem?"
Em Lucas 8, encontramos:
22 Certo dia Jesus disse aos seus discípulos: "Vamos para o outro lado do lago". Eles entraram num barco e partiram.
23 Enquanto navegavam, ele adormeceu. Abateu-se sobre o lago um forte vendaval, de modo que o barco estava sendo inundado, e eles corriam grande perigo.
24 Os discípulos foram acordá-lo, clamando: "Mestre, Mestre, vamos morrer!"
25 Ele se levantou e repreendeu o vento e a violência das águas; tudo se acalmou e ficou tranquilo.
"Onde está a sua fé?", perguntou ele aos seus discípulos.
Amedrontados e admirados, eles perguntaram uns aos outros: "Quem é este que até aos ventos e às águas dá ordens, e eles lhe obedecem?"

              Jesus certamente repreendeu alguém. Este alguém eram a água e o vento. E eles o obedeceram imediatamente.  E questionou a falta de fé dos discípulos. Como que eles não compreendiam tal fenômeno.
               Seriam seres elementais, o sujeito da ação repressora?
       Assim sendo,podemos citar como exemplo de seres elementais os gnomos (elementais da terra), as sílfides (elementais do ar, as salamandras (elementais do fogo), entre outros, que desempenham papéis específicos no equilíbrio da vida da matéria em si. Em geral estes entes são desfeitos ao concluírem sua tarefa, mas alguns subsistem ate que, por não estarem vivificados pelo impulso que os criou se "dissolvam" em sua substância de origem.
Ha seres elementais constituídos artificialmente pelo homem (encarnado ou não), ou por outras entidades autoconscientes, por meio da forca do pensamento ou do desejo." ...                 
 "Como os seres elementais são corporificações da substancia dos mundos das formas, estão sujeitos a impulsos involutivos, devido as forcas caóticas profundamente infiltradas nos planos materiais na presente fase da Terra. Sua participação nos trabalhos de magia engendrados pelos pelo homem evidencia esse fato. ... "
           Veremos o que dizem os espíritos no Livro dos Espíritos a este respeito:
Podemos citar, por exemplo: Na Revista Espírita de 1859, o Espírito Erasto, ao responder algumas perguntas de Kardec sobre o tema, explica que há Espíritos encarregados por Deus de lidar com as forças da Natureza. Em edição da mesma revista do mês de março do ano de 1860, consta uma mensagem psicografa pela Sra. Boyer, de autoria de "Hettani", que se identifica como sendo "um dos Espíritos que presidem a formação das flores". Hettani diz que são milhares os espíritos de sua categoria e que eles também estão sujeitos a Lei de Evolução.
          Após a publicação dessa mensagem, Kardec um tanto quando desconfiado, resolve fazer as seguintes perguntas ao Espírito de São Luis: - Este Espírito é chamado Hettano; como ocorre que ele não tenha um nome e que jamais encarnou? R. É uma ficção.                     O Espírito não preside, de um modo particular, à formação das flores; o Espírito elementar, antes de passar para a série animal, dirige a ação fluídica na criação do vegetal; este não está ainda encarnado; mas não age senão sob a direção de inteligências mais elevadas, tendo já vivido bastante para adquirir a ciência necessária à sua missão. Foi um destes que se comunicou; ele vos fez uma mistura poética da ação das duas classes de Espíritos que agem na criação vegetal.

3. Este Espírito não tendo vivido ainda, mesmo na vida animal, como ocorre que seja tão poético?
R. Relede.
4. Assim o Espírito que se comunicou não é o que habita e anima a flor?
R. Não, não; eu vos disse bem claramente: ele guia.
5. Este Espírito que nos falou foi encarnado? R. Foi.
6. O Espírito que dá a vida às plantas e às flores, tem um pensamento, a inteligência de seu eu?
R. Nenhum pensamento, nenhum instinto.

        Fazendo-se uma analise do dialogo entre Kardec e o Espírito de São Luis, notamos que na terceira pergunta o Codificador não havia entendido muito bem a elucidação feita pelo Espírito. Entretanto com a decorrer do diálogo o entendimento fora se tornando mais claro
        Com base nessa conversa, entende-se que o Espírito que se comunicou como o gênio das flores na realidade já havia encarnado antes e, na realidade, dirigia espíritos bastante elementares (elementares, de simples, primário, rudimentar - e não no sentido esotérico de essência "elementais”). Esses espíritos bastante rudimentares equivaleriam o que na Codificação Espírita são referenciados por espíritos da natureza, e que na Escala Espírita contida no Livro dos Espíritos, é denominado por Espíritos zombeteiros.
       A Doutrina Espírita, portanto, prima pela simplicidade. Mas infelizmente nós aprendizes repetentes da escola da vida, não desistimos de complicar e de entrar pela porta ampla da ficção ou do Esquisoterismo.
       Sobre o Livro dos Espíritos (LE), podemos destacar:
       Tudo tem uma razão de ser e nada acontece sem a permissão de Deus. (LE 536)
       Os fenômenos da Natureza às vezes têm, como imediata razão de ser, o homem. Na maioria dos casos, entretanto, têm por único motivo o restabelecimento do equilíbrio e da harmonia das forças físicas da Natureza. (LE 536 a)
        Deus não exerce ação direta sobre a matéria. Ele encontra agentes dedicados em todos os graus da escala dos mundos. Os Espíritos são encarregados de exercer certa influência sobre os elementos da Natureza para os agitar, acalmar e dirigir. (LE 536 b)
        É destituída de fundamento e está muito aquém da verdade a crença dos antigos que consideravam os Espíritos como divindades com atribuições especiais, sendo que uns eram encarregados dos ventos, outros do raio, outros de presidir ao fenômeno da vegetação, etc. (LE 537)
Os Espíritos que presidem aos fenômenos geológicos não habitam positivamente a Terra. Presidem aos fenômenos e os dirigem de acordo com as atribuições que têm. Dia virá em que receberemos a explicação de todos esses fenômenos e os compreenderemos melhor.  (LE 537 a)
       Os Espíritos que presidem aos fenômenos da Natureza não são seres à parte na criação. São Espíritos que foram encarnados como nós ou que o serão. (LE 538)
Os Espíritos que presidem aos fenômenos da Natureza pertencem às ordens superiores ou às inferiores da hierarquia Espírita, conforme seja mais ou menos material, mais ou menos inteligente o papel que desempenhem. Uns mandam, outros executam. Os que executam coisas materiais são sempre de ordem inferior, assim entre os Espíritos, como entre os homens. (LE 538 a)
        A produção de certos fenômenos, das tempestades, por exemplo, é obra de massas inumeráveis de Espíritos, que se reúnem para produzi-los. (LE 539)
Os Espíritos que exercem ação nos fenômenos da Natureza operam uns com conhecimento de causa, usando do livre-arbítrio, e outros por efeito de instintivo ou irrefletido impulso. (LE 540)
       Os animais de ínfima ordem, que fazem emergir do mar ilhas e arquipélagos, executam essas obras provendo às suas necessidades e sem suspeitarem de que são instrumentos de Deus. Há aí um fim providencial e essa transformação da superfície do globo é necessária à harmonia geral. (LE 540)
       Os Espíritos mais atrasados oferecem utilidade ao conjunto. Enquanto se ensaiam para a vida, antes que tenham plena consciência de seus atos e estejam no gozo pleno do livre-arbítrio, atuam em certos fenômenos, de que inconscientemente se constituem os agentes. Primeiramente, executam. Mais tarde, quando suas inteligências já houverem alcançado um certo desenvolvimento, ordenarão e dirigirão as coisas do mundo material.             Depois, poderão dirigir as do mundo moral. (LE 540)
Tudo serve, tudo se encadeia na Natureza, desde o átomo primitivo até o arcanjo, que também começou por ser átomo. Admirável lei de harmonia, que o nosso acanhado espírito ainda não pode apreender em seu conjunto! (LE 540)
Conclusão:
       Não pode haver dúvidas sobre o papel que os Espíritos desempenham nos fenômenos da Natureza. Ou será que pode haver?!
Na questão 538 vemos que os Espíritos que exercem esses fenômenos foram encarnados como nós ou que o serão. Como assim: “ou que o serão”? Quer dizer que entre a animalidade e o reino hominal existem intermediários espirituais? Será que têm fundamento as histórias dos elementais, gnomos, fadas, duendes, silfos, nereidas, elfos, sátiros?
     Como curiosidade destacamos um trecho do capítulo 50 da obra Nosso Lar, de André Luiz psicografada por Francisco Cândido Xavier:  

“Concentrei-me em fervorosa oração ao Pai e, nas vibrações da prece, dirigi-me a Narcisa encarecendo socorro. Contava-lhe, em pensamento, minha experiência dolorosa, comunicava-lhe meus propósitos de auxílio e insistia para que me não desamparasse.
Aconteceu, então, o que não poderia esperar.
Passados vinte minutos, mais ou menos, quando ainda não havia retirado a mente da rogativa, alguém me tocou de leve no ombro.
Era Narcisa que atendia, sorrindo:
- Ouvi seu apelo, meu amigo, e vim ao seu encontro.
Não cabia em mim de contentamento.
A mensageira do bem fixou o quadro, compreendeu a gravidade do momento e acrescentou:
- Não temos tempo a perder.
 Antes de tudo, aplicou passes de reconforto ao doente, isolando-o das formas escuras, que se afastaram como por encanto. Em seguida, convidou-me com decisão:
- Vamos à Natureza.
Acompanhei-a sem hesitação, e ela, notando-me a estranheza, acentuou:
- Não só o homem pode receber fluidos e emiti-los. As forças naturais fazem o mesmo, nos reinos diversos em que se subdividem. Para o caso do nosso enfermo, precisamos das árvores. Elas nos auxiliarão eficazmente.
Admirado da lição nova, segui-a, silencioso. Chegados a local onde se alinhavam enormes frondes, Narcisa chamou alguém, com expressões que eu não podia compreender. Daí a momentos, oito entidades espirituais atendiam-lhe ao apelo. Imensamente surpreendido, vi-a indagar da existência de mangueiras e eucaliptos. Devidamente informada pelos amigos, que me eram totalmente estranhos, a enfermeira explicou:
- São servidores comuns do reino vegetal, os irmãos que nos atenderam.
E, à vista da minha surpresa, rematou:
- Como vê, nada existe de inútil na Casa de Nosso Pai. Em toda parte, se há quem necessite aprender, há quem ensine; e onde aparece a dificuldade, surge a Providência. O único desventurado, na obra divina, é o espírito imprevidente, que se condenou às trevas da maldade.
Narcisa manipulou, em poucos instantes, certa substância com as emanações do eucalipto e da mangueira e, durante toda a noite, aplicamos o remédio ao enfermo, através da respiração comum e da absorção pelos poros.
O enfermo experimentou melhoras sensíveis. Pela manhã, cedo, o médico observou, extremamente surpreendido:
 - Verificou-se esta noite extraordinária reação! Verdadeiro milagre da Natureza!”




sábado, 16 de agosto de 2014


O ORGULHO

          É um sentimento de satisfação pela capacidade ou realização ou um sentimento elevado de dignidade pessoal. Em Português a palavra Orgulho pode ser vista tanto como uma atitude positiva como negativa dependendo das circunstâncias. Assim, o termo "pode" ser empregado de maneira errada tanto como sinônimo de soberba e arrogância quanto para indicar dignidade ou brio.

Algumas pessoas consideram que o orgulho para com os próprios feitos é um ato de justiça para consigo mesmo. Ele deve existir, como forma de elogiar a si próprio, dando forças para evoluir e conseguir uma evolução individual, rumo a um projeto de vida mais amplo e melhor. O orgulho em excesso pode se transformar em vaidade, ostentação, soberba, sendo visto apenas então como uma emoção negativa: a Arrogância.

Outras pessoas classificam o orgulho como exagerado quando se torna um tipo de satisfação incondicional ou quando os próprios valores são superestimados, acreditando ser melhor ou mais importante do que os outros. Isso se aplica tanto a si próprio quanto ao próximo, embora socialmente uma pessoa que tenha orgulho pelos outros é geralmente vista no sentido da realização e é associada como uma atitude altruísta, enquanto o orgulho por si mesmo costuma ser associado ao sentimento de capacidade e egoísmo.


Na Bíblía existe algumas citações sobre o orgulho em Provérbios 16:18 “A soberba precede a destruição, e a altivez do espírito precede a queda.”
A humildade produz honra. Também cita em Provérbios 29:23 “A soberba do homem o abaterá; mas o humilde de espírito obterá honra.”
Deus adverte sobre os orgulhosos. Cita em 1 Pedro 5:5-6 “Semelhantemente vós, os mais moços, sede sujeitos aos mais velhos. E cingi-vos todos de humildade uns para com os outros, porque Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes. Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus, para que a seu tempo vos exalte.”
O orgulhoso se isola de Deus e das pessoas. A Bíblia diz em Lucas 18:14 “us e Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque todo o que a si mesmo se exaltar será humilhado; mas o que a si mesmo se humilhar será exaltado.”
A humildade se assemelha a uma criança alegre e bondosa, como um anjo do céu. A Bíblia cita em Mateus 18:4 “Portanto, quem se tornar humilde como esta criança, esse é o maior no reino dos céus.”
Os orgulhosos serão humilhados. Em  Mateus 23:12 “Qualquer, pois, que a si mesmo se exaltar, será humilhado; e qualquer que a si mesmo se humilhar, será exaltado.”
Para os orgulhosos, a lei da ação e reação, com certeza lhe trará muita discórdia, repulsa, críticas das pessoas que convivem, pois sempre há abusos e humilhações. Em 1 Coríntios 10:12 “Aquele, pois, que pensa estar em pé, olhe não caia.”
Em O evangelho segundo o espiritismo, capítulo VII, Kardec observa que o orgulho é um ato de revolta contra Deus. Como um dos problemas que acometem nossa visão – falamos de cegueira e miopia –, no mesmo capítulo está escrito que “o orgulho é a catarata que tolda a visão. De que vale apresentar a luz a um cego? Necessário é que, antes, se lhe destrua a causa do mal. Daí vem que, médico hábil, Deus primeiramente corrige o orgulho”. 

O que é um fato, pois decorrente do probleminha de visão, é que desde que “o orgulho se mostra indulgente para com tudo o que o lisonjeia”, ele também não lhe permite observar a falsidade e a hipocrisia, alegrando-se com a lisonja e os falsos elogios. 

“O orgulho é o terrível adversário da humildade.” “O orgulho, eis a fonte de todos os vossos males.” “O orgulho é sempre castigado, cedo ou tarde, pela decepção e pelos malogros que lhe são infligidos.” São outras afirmações pertencentes às Obras de Kardec sobre o mesmo tema, que nos deveriam deixar de sobreaviso perante suas investidas. 

E até o momento ainda não eu nada escrevi sobre as ciladas que o orgulho reserva especificamente aos médiuns. O livro dos médiuns inclui os médiuns orgulhosos entre os médiuns imperfeitos (item 196), definindo-os como aqueles que “se envaidecem das comunicações que lhes são dadas; julgam que nada mais têm que aprender no Espiritismo e não tomam para si as lições que recebem frequentemente dos Espíritos. Não se contentam com as faculdades que possuem, querem tê-las todas”. Como variedade desses, considera os médiuns suscetíveis: aqueles que “suscetibilizam-se com as críticas de que sejam objeto suas comunicações; zangam-se com a menor contradição e, se mostram o que obtêm, é para que seja admirado e não para que se lhes dê um parecer. Geralmente, tomam aversão às pessoas que os não aplaudem sem restrições e fogem das reuniões onde não possam impor-se e dominar”. 

Por outro lado, para que as palavras dos espíritos superiores chegue até nós isenta de qualquer alteração, são condições necessárias querer o bem e repelir o orgulho e o egoísmo (item 226). O médium orgulhoso, portanto, dificilmente poderá ser um intermediário confiável de instruções espirituais aos encarnados.