"WAPTOKWA ZAWRE" (DEUS)
Todas a s etapas evolutivas da natureza humana ainda se preserva na crosta terrestre. Nosso conhecimento e consciência da vida de modo geral são muito limitadas. E com a modernidade, esses laços se estreitam cada vez mais. Isto é. Ficamos cada vez mais tapados, como um antolho onde nossa visão fica restrita à uma só direção.Entende-se que apenas uma leitura do assunto em questão, não se compara com experiências de causas, vividas e praticadas in loco. Nas comunidades indígenas, nas regiões do norte e centro oeste, destacamos os xerentes cuja língua nativa, aqü~em, as frase de sua língua também variam com o gênero e número, formando frases diferente para determinados modos como nós também fazemos com a nossa língua. Isso determina que é uma essência linguística natural . Por exemplo: - Ai si picõ ?! (tradução: - Cadê sua esposa?!) Se for colocar na forma pretérita ou passada seria pronunciada diferente. Algumas palavras eu consegui memorizar como câ - água, depró- café, catuzê- mistura, que pode ser carne, bolo, pão ou outro acompanhamento do café("depró"). Biró- milho e nomes de animais diversos. Agora o mais importante que eu queria mencionar. Deus é "Waptokwa Zawre". Sim eles acreditam que existem espíritos perversos, malfazejos, que trazem doenças e incitam brigas entre parentes e amigos. Eles se utilizam de incensos, rezas em línguas muito antigas, em desuso deles mesmos. Artefatos, danças rituais e alguns caso de unguentos, chás e pinturas características. É o Curandeiro da aldeia. Um ancião com conhecimentos misticos herdado de geração a geração por longo tempo. A mim resta naquele contexto, apenas observar sem tirar conclusões. Quem sou para poder discernir naquela época , tamanha discrepância antropológica social.
Consegue entender tamanha afronta do ser humano? Acreditar que neste ecossistema, em que se encontramos, pois tal se acha que se estivesse em situação igual teria maior capacidade e evolução. Pois pois teria que se despojar da recente situação de conforto que se encontra, onde todo o aparato tecnológico a sua disposição e prazer se encontra pronto e em avanços constantes de desenvolvimento tecnológico. Os aborígenes resta apenas escandalizar-se com a aproximação da civilização e não entendiam como os produtos alimentícios estavam expostos em prateleiras prontos para consumo e em embalagens que só precisaria, como mágica, de um pedaço de papel para fazer a troca. Fora isso e mais algumas discrepâncias, o homem primitiva vivia de forma similar ao contemporâneo. Formavam famílias de forma idêntica, a maioria de forma monogâmica. Pagavam dotes para o patriarca em troca da filha mais nova.Tinham filhos , educavam e ensinavam a falar.Também faziam as cerimônias de núpcias, as festas comemorativas de época, o preparo dos alimentos,como a farinha de mandioca, o curau do milho, o cozimento dos alimentos e também descobertas dos efeitos das ervas, como os venenos e psicotrópicos para eles e para aos animais. Inclusive usavam como artifícios para pescas, onde certas ervas possuem propriedades de alterar as condições físicas e desoxigenação dos rios. E o incrível que eles têm consciência da periodicidade em que podem fazê-lo sustentavelmente, sem causar desequilíbrio do habitat.
Na natureza Deus ou como conheciam os silvícolas Xerentes, "Waptokwa"(uápitocuá- pronúncia), Senhor e criador de tudo, era o que eles também acreditavam. Acreditavam que colocou dentro de cada ser, uma essência natural , tal cada ser possui uma individualidade ímpar. O exemplo disso pode-se observar noos insetos como o "zãmbu(formiga), que possui vida diferente da "aikte nrã"(minhoca). Ninguém ensina para a formiga o que ele deve fazer e nem para a minhoca, Uma vive organizada e em comunidade cada qual com sua função específica, outra cega, cavando , aerando, comendo e excretando a terra para tornar fértil.
Continuando com a lista de exemplos, citamos o "supra kre~ti (vespão) e ao wrãhêpo (barata). Se pesquisarem como se relacionam, ficariam pasmados e com certeza sentiram um sentimento inusitado com relação a repugnância da wrãpêpo. Sentiriam pena, dó desse ser em vez de repugnância.
Funciona assim: a vespa precisa de um hospedeiro para injetar seus óvulos para eclodirem. Pode ser uma "sbi" (aranha), uma barata, ou outros inseto. Só que com a aranha, que é mais comum de encontrar nas vegetações terrestres, a vespa precisa lutar mortalmente e às vezes ela perde a luta. Com a wrãhêpo(barata) é diferente. Ela ferroa a barata com uma quantidade super controlada de veneno, para deixá-la apenas em estado de zumbi, imóvel. Depois vem a etapa seguinte, que é a inoculação das larvas na Blattodea (nome científico da barata(wrãhepo)), que por sua vez vai crescer e se alimentar da sua carcaça viva e estática. Este é o ciclo de vida da vespa. Caçar um hospedeiro para sua prole. Essa é sua essência de vida. Nasceu sem precisar aprender, puro instinto.
Por fim, isso vale para todos os outro animais, par o castor com suas represas, para o joão-de-barro com suas casinhas, para o besouro bombardeiro com seu jato de água fervente, para o lagarto de deserto com seu espirro de sal de cozinha, entre outros, eles se disponibilizam de conhecimento e técnica nata de sua espécie, que ficaram registrado em algum fragmento em seu DNA. Isso é uma característica de todos os animais, inclusive do homo sapiens.
- Mas o que o homem já nasceu sabendo sem que precisasse aprender?
Voltamos ao começo deste texto. Aos autóctones indígenas. Qual a característica principal em todos os primitivos de todo o globo terrestre, inclusive aos mais isolados? A resposta está no
"sekwa" (pajé). O curandeiro místico, vidente, comum em todas as aldeias, principalmente às que nunca tiveram contato com qualquer outra civilização ou tripo. Está na sua
crença religiosa.
Antropologicamente então concluímos que todo homem tem dentro de si, a consciência da existência de Deus. Para os indígenas, pode ser representado simbolicamente por um totem, um astro como a lua (animismo: Deus Lua), as estrelas, o sol, ou também algum lugar, como: rio, cachoeira e muitos outros tipos.
Por isso que todos temos a necessidade de acreditar em alguma divindade, seja qual religião que herdamos ou simpatizamos-nos com sectarismos e excentricidades.
A resposta de tudo, com certeza está na Natureza.