Tecnologia e Espiritualidade

domingo, 10 de abril de 2016





Muares, Bois e Outros Animais em Caravanas nas Regiões Inferiores
Estudo do Livro Nosso Lar, capítulo 33, Curiosas Observações


Próximo da meia-noite, Narcisa pediu a André Luiz que esperasse a chegada do grupo dos Samaritanos, junto ao grande portão das Câmaras. A caminho, André vibrava com a natureza. “Aquele ar embalsamado lhe parecia com uma bênção. Nas Câmaras, apesar das janelas amplas, não experimentava tamanha impressão de bem-estar.” Recordava os primeiros dias na Colônia e, naturalmente, os familiares que deixara na Crosta. Que teria sucedido a Zélia e aos filhinhos? Por que razão ninguém tocava em assuntos do seu antigo lar, nem mesmo sua mãe? Tudo indicava que tinha de esquecer os problemas carnais, no entanto, a saudade do lar era imensa. Sentia-se como um náufrago em praia desconhecida.

“Em verdade, muito amara a companheira de lutas e, sem dúvida, dispensara aos filhinhos ternuras incessantes; mas, examinando desapaixonadamente minha situação de esposo e pai, reconhecia que nada criara de sólido e útil no espírito de meus familiares. Tarde verificava esse descuido.”

No início, sua incompreensão da vida no além era grande; indagava-se qual teria sido a situação da esposa e dos filhinhos após sua partida. Ainda engolfado nesses pensamentos, chegara à grande cancela.

Instantes depois, avistou dois vultos, pareciam homens vestidos de substância semiluminosa. “Dos pés e dos braços pendiam filamentos estranhos, e da cabeça como que se escapava um longo fio de singulares proporções. Teve a impressão de identificar dois autênticos fantasmas.”

Assustado, voltou correndo às Câmaras para relatar o fato; Narcisa explicou-lhe que se tratava de espíritos evoluídos, encarnados em missão redentora, que podiam abandonar o corpo físico e transitar livremente no plano espiritual. Os filamentos que observou são singularidades que os diferenciam de nós outros. (...) São criaturas extraordinariamente espiritualizadas, apesar de obscuras ou humildes na Terra.


No portão, após longos minutos, Narcisa e André Luiz ouviram o latido dos cães que precediam a caravana dos Samaritanos. Narcisa esclareceu que eles eram de grande importância para a proteção contra os monstros que habitam o Umbral. Por fim, surgiu a caravana por inteiro: além dos cães, havia seis grandes carros, tipo diligência, puxados por animais semelhantes aos muares terrestres; acima deles, voavam pássaros de grande porte que emitiam sons específicos.

Indagada por André Luiz se seria possível a utilização de outro meio de transporte, como, por exemplo, o aeróbus, Narcisa explicou que não, devido à densidade da matéria das regiões onde excursionavam. Poderiam, sim, construir um veículo apropriado às necessidades, mas, por ordens superiores, utilizavam o meio de transporte mais conhecido dos assistidos, para não traumatizá-los.

“Os cães facilitam o trabalho, os muares suportam cargas pacientemente e fornecem calor (...); e aquelas aves (...), que denominamos íbis viajores, são excelentes auxiliares dos Samaritanos, por devorarem as formas mentais odiosas e perversas, entrando em luta franca com as trevas umbralinas.”

Com a chegada da caravana, avolumava-se o trabalho, Narcisa foi obrigada a interromper o diálogo.

Pontos de destaque para estudo:
1) A saudade dolorida do lar e as razões da ausência de notícias.
2) Desdobramento dos encarnados: livre trânsito dos mais evoluídos.
3) Caravanas de resgates nas regiões do Umbral.
4) Função dos animais, das aves e dos meios de transporte no além.

1- Uma das mais perigosas armadilhas que preparamos contra nós mesmos é a administração do que chamamos de saudade. Saudade é uma palavra que a rigor, só existe na língua portuguesa. Quando por algum motivo, sentirmos que estamos de braços dados com a saudade, o mais recomendável a fazer, é não permitir que ela se transforme em prisão emocional, pois isto certamente vai nos impedir de aproveitar os momentos que temos. Nos impede também de controlar os nossos pensamentos,e os nossos sentimentos. Permite que lágrimas desçam sem razões lógicas, e principalmente nos impede de controlar a nossa ansiedade, a nossa tristeza e abre caminho para que o desânimo tome conta de nós. André, apesar de evoluir a cada dia, ainda não conseguia dominar este sentimento, que ainda tinha alguma coisa de posse, de domínio sobre os seus familiares, e exatamente por este motivo, ele não obtinha informações nem notícias do plano encarnado. Ele não estava pronto para administrar essas emoções.

2- Embora, durante a vida, o Espírito seja fixado ao corpo pelo perispírito, não é tão escravo, que não possa alongar sua corrente e se transportar ao longe, seja sobre a terra, seja sobre qualquer outro ponto do espaço. (Allan Kardec , A Gênese, Cap. XIV, It 23). Gabriel Delanne, em “O Espiritismo perante a Ciência”,conclui: A melhor prova de existência do perispírito é mostrar que o homem pode desdobrar-se em certas circunstâncias. Desdobramento É o nome que se dá o fenômeno de exteriorização do corpo espiritual ou perispírito.

O procedimento permite com que tanto encarnados quanto desencarnados o experimentem. A finalidade é de resgatar etapas e situações determinadas vivenciadas pela alma, em episódios em que barreiras, dificuldades, vibrações ou frequências densas venham a prejudicar o eixo encarnatório proposto.

“Primeira Lei: Lei do desdobramento espiritual (Lei básica da Apometria).
Enunciado: "Toda vez que, em situação experimental ou normal, dermos uma ordem de comando a qualquer criatura humana, visando à separação do seu corpo espiritual – corpo astral – de seu corpo físico, e, ao mesmo tempo, projetarmos sobre ela pulsos energéticos através de uma contagem lenta, dar-se-á o desdobramento completo dessa criatura, conservando ela sua consciência".

3- A assistência social espírita se constitui numa das grandes bandeiras do espiritismo, como podemos ver em várias obras. Na literatura espírita brasileira, são inúmeros os relatos das caravanas de socorristas, que atuam não só no mundo encarnado, como também no plano espiritual. Diz Lúcia Loureiro no livro Colônias Espirituais: "Nas Colônias Espirituais, o Serviço Social possui um vasto campo de ação no desenvolvimento das atividades. Desde as entrevistas iniciais até o encaminhamento em excursões para estudo e observação. Os Espíritos instrutores empregam fórmulas variadas com os recém-desencarnados a depender de suas características e reações. O Amor e a Tolerância são fundamentais, e o Espírito que recepciona o que chega emprega toda a habilidade psicológica para que este se sinta seguro e aceito, apesar de suas imperfeições. O Espírito recepcionista tem muita precaução nos contatos com o recém-desencarnado, atentando para a sua sensibilidade ao comentar erros passados, estimulando-o sem pressão"."Esses Assistentes Sociais do Espaço integram as Caravanas Socorristas e são elementos preparados para fazer a aproximação daqueles que já se acham em condições razoáveis para recebimento de socorro. Outros há que fazem as visitas periódicas ao’enfermo', a fim de estimulá-lo a elevar o padrão vibratório, a esclarecê-lo... Eles acompanham os assistidos por toda a sua estada nas Colônias, observado o progresso espiritual de cada um"."Por ocasião das visitas das Caravanas Socorristas às zonas inferiores, a primeira ajuda oferecida aos Espíritos carentes é a sua retirada do local e o transporte para as instituições hospitalares das Colônias. Após a fase de perturbação, os Espíritos, ainda exauridos, não têm forças para se locomover nem o senso da direção, daí a necessidade de transportá-los em macas, da mesma forma que os nossos doentes terrestres." Essa providência equivaleria, em nosso meio, a dar o peixe a quem tem fome.” Podemos então verificar que, no além a ociosidade e a inércia não têm lugar para aqueles que sentem a necessidade de progredir, e só mesmo a dedicação abnegada ao bem-estar faz com que haja acesso aos Planos mais elevados da vida. Os que ficarem para trás, também chegarão, mas pela dor.

4- Realmente, identificar a natureza dessas figuras de animais no plano espiritual não é tarefa fácil. Alguns casos são de mais direto entendimento.

Assim, em A Gênese lê-se que "o pensamento do Espírito cria fluidicamente os objetos dos quais tem o hábito de se servir; um avaro manejará o ouro..., um trabalhador o seu arado e seus bois... "

Esses bois, portanto, não são animais propriamente ditos, mas, criações fluídicas, formas-pensamento.

Divaldo Pereira Franco conta certa feita, que há alguns anos, esteve em determinada cidade brasileira, para uma conferência e, ao ser recebido na casa que iria hospedá-lo, assustou-se com um cachorro grande, que lhe pulou no peito. A anfitriã percebeu-lhe a reação:
- O que foi, Divaldo?
Foi o cachorro, mas está tudo bem!
Que cachorro, Divaldo, aqui não tem cachorro nenhum!
- Tem sim, esse pastor aí!
- Divaldo, eu tive um cão da raça pastor alemão, mas ele morreu há um ano e meio!
E Divaldo concluiu: - era um cão espiritual!
É possível e até muito provável que esse cão desencarnado ainda estivesse por ali, no ambiente doméstico que o acolheu por muitos anos, tendo sua presença sido detectada pela mediunidade de Divaldo Franco.

Afinidade e sintonia são o elementos básicos para o estabelecimento do "pensamento de aceitação ou adesão", conforme explica André Luiz em Mecanismos da Mediunidade. Os Animais tem Alma?, de Ernesto Bozzano, Herculano Pires Mediunidade. Vida e Comunicação,

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