Tecnologia e Espiritualidade: 2015

domingo, 6 de setembro de 2015


Nosso Lar

          Jesus, tendo vindo para os lados de Cesária de Felipe, interrogou seus discípulos e lhes disse:que dizem os homens quanto ao Filho do Homem? Quem disse que eu sou? Eles lhe responderam: Alguns dizem que sois João Batista, outros Elias, outros Jeremias ou algum dos profetas. Jesus lhe disse: E vós outros, quem dizes que eu sou? Simão Pedro, tomando a palavra, lhe disse: Vós sois o Cristo, o Filho de Deus vivo. Jesus lhe respondeu: Sois bem aventurado, Simão, filho de jonas, porque não foi nem a carne, nem o sangue que vos revelaram isso, mas meu Pai que está no céus. (São Mateus, cap. XVI, v. 13 a 17; São Marcos, cap. VIII, v. 27 a 30).

       A mediunidade de todos se resume no que disse Jesus. A intuição é a mensagem de Deus para direcionar nossos caminhos. Quando Simão Pedro falou que Jesus era Filho de Deus vivo, foi sua intuição que falou, ou seja, sua mediunidade. Antes de estarem nesta vida fizeram estudos e planejamento para transmitir a semente que iria germinar nos corações  neste plano. Com o véu do esquecimento, estavam nas mesmas vicissitudes das armadilhas provocados pelo nosso livre arbítrio. Ser humano é a prova mais difícil, mesmo para os mais evoluídos das esferas celestes.Cometemos deslizes pequenos e grandes, desde ignorar uma predição, ou fazer uma escolha egoista.
      Nosso Lar é um dos livros psicografados pelo médium brasileiro Chico Xavier, que compõem uma coleção intitulada A Vida no Mundo Espiritual, atribuída ao espírito André Luiz. No movimento espírita brasileiro essa coleção é também conhecida como Série Nosso Lar.
      Clássico da literatura espírita brasileira, Nosso Lar é um romance que versa sobre os primeiros anos do médico André Luiz após sua morte, numa "colônia espiritual", espécie de cidade onde se reúnem espíritos para aprender e trabalhar entre uma encarnação e outra. O romance levanta questões acerca do sentido do trabalho justo e dignificante e da Lei de causa e efeito a que todos os espíritos, segundo o espiritismo, estariam submetidos.
      O filme é bastante interessante, apresentando um resumo do que a mensagem do livro transmite. Após a morte somos assistidos em várias colônias no plano espiritual, sendo o Nosso Lar uma dessas colônias,  para ajudar outros espíritos que precisam ajuda para vencer e aperfeiçoar moralmente seus conhecimentos e vencer as interferências que impedem de expurgar suas imperfeições.




segunda-feira, 31 de agosto de 2015


Fragmento do texto da psicografia de Chico Xavier, Obreiros da Vida Eterna, Capítulo XV "Aprendendo Sempre:

Tema: Psicografia 
Obreiros da Vida Eterna — André Luiz

4. Completada a curiosa operação, tive minha atenção voltada para gemidos lancinantes, emitidos de zonas diversas daquela moradia respeitável, agora semelhante a vasto necrotério de almas.
Jerônimo entrara em conversação com vários colegas, enquanto a maioria dos companheiros encarnados, em obediência à tradição, atiravam a clássica pazinha de cal ou poeira sobre o envoltório entregue à profunda cova.
Impressionado com os soluços que ouvia em sepulcro próximo, fui irresistivelmente levado a fazer uma observação direta.
Sentada sobre a terra fofa, infeliz mulher desencarnada, aparentando trinta e seis anos, aproximadamente, mergulhava a cabeça nas mãos, lastimando-se em tom comovedor.
Compadecido, toquei-lhe a espádua e interroguei:
— Que sente, minha irmã?
— Que sinto? — gritou ela, fixando em mim grandes olhos de louca — não sabe? Oh! o senhor chama-me irmã… quem sabe me auxiliará para que minha consciência torne a si mesma? Se é possível, ajude-me, por piedade! Não sei diferençar o real do ilusório… Conduziram-me à casa de saúde e entrei neste pesadelo que o senhor está vendo.
Tentava erguer-se, debalde, e implorava, estendendo-me as mãos:
— Cavalheiro, preciso regressar! conduza-me, por favor, à minha residência! Preciso retornar ao meu esposo e ao meu filhinho!… Se este pesadelo se prolongar, sou capaz de morrer!… Acorde-me, acorde-me!…
— Pobre criatura! — exclamei, distraído de toda a curiosidade, em face da compaixão que o triste quadro provocava — ignora que seu corpo voltou ao leito de cinzas! não poderá ser útil ao esposo e ao filhinho, em semelhantes condições de desespero.
Olhou-me, angustiada, como a desfazer-se em ataque de revolta inútil. Mas, antes que explodisse em rugidos de dor, acrescentei:
— Já orou, minha amiga? já se lembrou da Providência Divina?
— Quero um médico, depressa! só ouço padres! — bradou irritadiça — não posso morrer… despertem-me! despertem-me!…
— Jesus é nosso Médico Infalível — tornei e indico-lhe a oração como remédio providencial para que Ele a assista e cure.
A infeliz, entretanto, parecia distanciada de qualquer noção de espiritualidade. Tentando agarrar-me com as mãos cheias de manchas estranhas, embora não me alcançasse, gritou estentoricamente:
— Chamem meu marido! não suporto mais! estou apodrecendo!… oh! quem me despertará?! Da fúria aflita, passou ao choro humilde, ferindo-me a sensibilidade. Compreendi, então, que a desventurada sentia todos os fenômenos da decomposição cadavérica e, examinando-a detidamente, reparei que o fio singular, sem a luz prateada que o caracterizava em Dimas, pendia-lhe da cabeça, penetrando chão a dentro.
Ia exortá-la, de novo, recordando-lhe os recursos sublimes da prece, quando de mim se aproximou simpática figura de trabalhador, informando-me, com espontânea bondade:
— Meu amigo, não se aflija.
A advertência não me soou bem aos ouvidos. Como não preocupar-me, diante de infortunada mulher que se declarava esposa e mãe? como não tentar arrancá-la à perigosa ilusão? não seria justo consolá-la, esclarecê-la? Não contive a série de interrogações que me afloraram do raciocínio à boca.
Longe de o interpelado perturbar-se, respondeu-me tranquilamente:
— Compreendo-lhe a estranheza. Deve ser a primeira vez que frequenta um cemitério como este. Falta-lhe experiência. Quanto a mim, sou do posto de assistência espiritual à necrópole.
Desarmado pela serenidade do interlocutor, renovei a primeira atitude. Reconheci que o local, não obstante repleto de entidades vagabundas, não estava desprovido de servidores do bem.
— Somos quatro companheiros, apenas — prosseguiu o informante —, e, em verdade, não podemos atender a todas as necessidades aparentes do serviço. Creia, porém, que zelamos pela solução de todos os problemas fundamentais. Apesar de nosso cuidado, não podemos, todavia, esquecer o imperativo de sofrimento benéfico para todos aqueles que vêm dar até aqui, após deliberado desprezo pelos sublimes patrimônios da vida humana.
Atingi o sentido oculto das explicações. O cooperador queria dizer, naturalmente, que a presença, ali, de malfeitores e ociosos desencarnados se justificava em face do grande número de ociosos e malfeitores que se afastam diariamente da Crosta da Terra. Era osimilia similibus em ação, cumprindo-se os ditames da lei do progresso. Castigando-se e flagelando-se, mutuamente, alcançariam os desviados a noção do verdadeiro caminho salvador.
Fitei a infeliz e expus meu propósito de auxiliá-la.
— É inútil — esclareceu o prestimoso guarda, equilibrado nos conhecimentos de justiça e seguro na prática, pelo convívio diário com a dor —, nossa desventurada irmã permanece sob alta desordem emocional. Completamente louca. Viveu trinta e poucos anos na carne, absolutamente distraída dos problemas espirituais que nos dizem respeito. Gozou, à saciedade, na taça da vida física. Após feliz casamento, realizado sem qualquer preparo de ordem moral, contraiu gravidez, situação esta que lhe mereceu menosprezo integral. Comparava o fenômeno orgânico em que se encontrava a ocorrências comuns, e, acentuando extravagâncias, por demonstrar falsa superioridade, precipitou-se em condições fatais. Chamada ao testemunho edificante da abelha operosa, na colmeia do lar, preferiu a posição da borboleta volúvel, sequiosa de novidades efêmeras. O resultado foi funesto. Findo o parto difícil, sobrevieram infecções e febre maligna, aniquilando-lhe o organismo. Soubemos que, nos últimos instantes, os vagidos do filhinho tenro despertaram-lhe os instintos de mãe e a infortunada combateu ferozmente com a morte, mas foi tarde. Jungida aos despojos por conveniência dela própria, tem primado aqui pela inconformação. Vários amigos visitadores, em custosa tarefa de benefício aos recém-desencarnados, têm vindo à necrópole, tentando libertá-la. A pobrezinha, porém, após atravessar existências de sólido materialismo, não sabe assumir a menor atitude favorável ao estado receptivo do auxílio superior. Exige que o cadáver se reavive e supõe-se em atroz pesadelo, quando nada mais faz senão agravar a desesperação. Os benfeitores, desse modo, inclinam-se à espera da manifestação de melhoras íntimas, porque seria perigoso forçar a libertação, pela probabilidade de entregar-se a infeliz aos malfeitores desencarnados.
Indiquei, porém o laço fluídico que a ligava ao envoltório sepulto e observei:
— Vê-se, entretanto, que a mísera experimenta a desintegração do corpo grosseiro em terríveis tormentos, conservando a impressão de ligamento com a matéria putrefata. Não teremos recursos para aliviá-la?
Tomei atitude espontânea de quem desejava tentar a medida libertadora e perguntei:
— Quem sabe chegou o momento? não será razoável cortar o grilhão?
— Que diz? — objetou, surpreso, o interlocutor — não, não pode ser! Temos ordens.
— Porque tamanha exigência — insisti.
— Se desatássemos a algema benéfica, ela regressaria, intempestiva, à residência abandonada, como possessa de revolta, a destruir o que encontrasse. Não tem direito, como mãe infiel ao dever, de flagelar com a sua paixão desvairada o corpinho tenro do filho pequenino e, como esposa desatenta às obrigações, não pode perturbar o serviço de recomposição psíquica do companheiro honesto que lhe ofereceu no mundo o que possuía de melhor. É da lei natural que o lavrador colha de conformidade com a semeadura. Quando acalmar as paixões vulcânicas que lhe consomem a alma, quando humilhar o coração voluntarioso, de modo a respeitar a paz dos entes amados que deixou no mundo, então será libertada e dormirá sono reparador, em estância de paz que nunca falta ao necessitado reconhecido às bênçãos de Deus.
A lição era dura, mas lógica.
A infortunada criatura, alheia a nossa conversação, prosseguia gritando, qual demente hospitalizada em prisão dolorosa.
Tentei ampliar as minhas observações, mas o servidor chamou-me a outras zonas, de onde partiam gemidos estridentes.
— São vários infelizes, na vigília da loucura — disse calmo.
E designando um velhote desencarnado, de cócoras sobre a própria campa, acrescentou:
— Venha e escute-o.
Acompanhando meu novo amigo, reparei que o sofredor mantinha-se igualmente em ligação com o fundo.
— Ai, meu Deus! — dizia — quem me guardará o dinheiro? Quem me guardará o dinheiro? Observando-nos a aproximação, rogava, súplice:
— Quem são? querem roubar-me! socorram-me, socorram-me!..
Debalde enderecei-lhe palavras de encorajamento e consolação.
— Não ouve — informou o sentinela, obsequioso —, a mente dele está cheia das imagens de moedas, letras, cédulas e cifrões. Vai demorar-se bastante na presente situação e, como vê, não podemos em sã consciência facilitar-lhe a retirada, porque iria castigar os herdeiros e zurzi-los diariamente.
Porque não pudesse dissimular o espanto que me tomara o coração, o servidor otimista acentuou:
— Não há motivo para tamanho assombro.
Estamos diante de infelizes, aos quais não falecem proteção e esperança, porquanto outros existem tão acentuadamente furiosos e perversos que, do fundo escuro do sepulcro, se precipitam nos tenebrosos despenhadeiros das Esferas subcrostais, tal o estado deplorável de suas consciências, atraídas para as trevas pesadas.
Sem fugir ao padrão de tranquilidade do colaborador cônscio do serviço a realizar, acrescentou:
— Segundo concluímos, se há alegria para todos os gostos, há também sofrimento para todas as necessidades.
Nesse instante, Jerônimo chamou-me a postos.
Agradeci ao amável informante, profundamente emocionado pelo que vira, e despedi-me incontinente. Esvaziara-se de companheiros encarnados a necrópole e o próprio coveiro dirigia-se à saída.

5. Foi comovente o adeus entre Dimas e a genitora, que prometeu visitá-lo, sempre que possível.
Após agradecimentos mútuos e recíprocos votos de paz, sentimo-nos, enfim, em condições de partir por nossa vez.
Antes, porém, minha curiosidade inquiridora desejava entrar em ação. Como se sentiria Dimas, agora? não seria interessante consultar-lhe as opiniões e os informes? Testemunho valioso poderia fornecer-me para qualquer eventualidade futura de esclarecer a outrem.
Em minha esfera pessoal de observação, não pudera colher pormenores, uma vez que a morte me surpreendera em absoluto alheamento das teses de vida eterna e, no derradeiro transe carnal, minha inconsciência fora completa.
Nosso dirigente percebeu-me o propósito e falou, bem humorado:
— Pode perguntar a Dimas o que você deseja saber.
Manifestei-lhe reconhecimento, enquanto o recém-liberto aquiescia, bondoso, aos meus desejos:
— Sente, ainda, os fenômenos da dor física? — comecei.
— Guardo integral impressão do corpo que acabei de deixar — respondeu ele, delicadamente. — Noto, porém, que, ao desejar permanecer ao lado dos meus, e continuar onde sempre estive durante muitos anos, volto a experimentar os padecimentos que sofri; entretanto, ao conformar-me com os superiores desígnios, sinto-me logo mais leve e reconfortado. Apesar da reduzida fração de tempo em que me vejo desperto, já pude fazer semelhante observação.
— E os cinco sentidos?
— Tenho-os em função perfeita.
— Sente fome?
— Chego a notar o estômago vazio e ficaria satisfeito se recebesse algo de comer, mas esse desejo não é incômodo ou torturante.
— E sede?
— Sim, embora não sofra por isso.
Ia continuar o curioso inquérito, mas Jerônimo, sorridente, desarmou-me a pesquisa, asseverando:
— Você pode intensificar o relatório das impressões, quanto deseje, interessado em colaborar na criação da técnica descritiva da morte, certo, porém, de que não se verificam duas desencarnações rigorosamente iguais. O plano impressivo depende da posição espiritual de cada um.
Sorrimos todos, ante meus impulsos juvenis de saber, e, amparando Dimas, carinhosamente, efetuamos, satisfeitos, a viagem de volta.

.André Luiz




domingo, 30 de agosto de 2015





Pesadelo baleia com caldas longas

SONHOS E PESADELOS

        O corpo físico possui uma reserva limitada de energia e, no decorrer do dia acontece um desgaste da mesma, o que leva o corpo à necessidade de sua reposição. Esta necessidade é o que sugere o cansaço e a sensação de sono.
        O número de horas é bastante variável e difícil de ser avaliado cientificamente. “No livro dos recordes, o máximo alcançado foi de 164 horas”.
        Mas um dos casos mais lembrados é de um estudo, realizado em 1935, no qual um jovem de 24 anos dormiu pouco mais de cinco horas durante um período total de quase dez dias. Ele acreditava que o sono era apenas um hábito e que poderia ser interrompido sem efeito negativo na saúde. A partir do quarto dia, o rapaz tornou-se cada vez mais confuso e irracional. Ele não lembrava mais onde estava, passou a apresentar delírios e ficou tão intratável que o projeto foi interrompido. O jovem partiu de uma ideia equivocada e por isso não conseguiu ir além.
        O sono é essencial para diversas atividades e funções orgânicas do nosso corpo. Tem papel fundamental, por exemplo, na capacidade de aprendizado e no processo de consolidação da memória. Também atua no amadurecimento do sistema nervoso, por isso as crianças precisam dormir mais horas que os adultos. É impossível ficar alerta por muito tempo sem ter episódios breves chamados de microssonos. Às vezes, isso pode ocorrer num piscar de olhos mais prolongado. Nessa situação, as ondas cerebrais partem para um ritmo misto de sono e vigília, mesmo que a pessoa esteja aparentemente acordada.
        Estudos já mostraram que jovens saudáveis submetidos a um período de sono de quatro horas diárias por seis dias consecutivos apresentam aumento da pressão arterial, da freqüência cardíaca e dos níveis de glicose no sangue. Essa restrição ao sono semelhava-se às características do comportamento  irritadiços dos idosos.
       O que a falta de uma boa noite de sono pode trazer como efeitos colaterais após…

… 30 horas sem dormir: a pessoa fica com humor irritadiço, cai a sua velocidade de reação e raciocínio, além de haver uma perda de criatividade

… Mais de 30 horas sem dormir: a pessoa fica apática e apresenta confusão no sistema nervoso. Ela também pode sentir frio ou calor em demasia, além de fome.

        O sono é essencial para diversas atividades e funções orgânicas do nosso corpo. Tem papel fundamental, por exemplo, na capacidade de aprendizado e no processo de consolidação da memória.  Também atua no amadurecimento do sistema nervoso, por isso as crianças precisam dormir mais horas que os adultos. É impossível ficar alerta por muito tempo sem ter episódios breves chamados de microssonos. Às vezes, isso pode ocorrer num piscar de olhos mais prolongado. Nessa situação, as ondas cerebrais partem para um ritmo misto de sono e vigília, mesmo que a pessoa esteja aparentemente acordada.

        Diz-se sensação porque o espírito não dorme, portanto, não tem a necessidade de repouso. O corpo “exige” o recolhimento e conduz o espírito à experiências fora do corpo.O corpo físico possui uma reserva limitada de energia e no decorrer do dia acontece um desgaste da mesma, o que leva  à necessidade de sua reposição. Esta necessidade é o que sugere o cansaço e o efeito do sono. 
        Diz-se sensação porque o espírito não dorme, portanto, não tem a necessidade de repouso. O corpo “exige” o recolhimento e conduz o espírito à experiências fora do corpo. Enquanto o corpo descansa permite o fenômeno natural e inconsciente do desprendimento do espírito. 
       Freud explica em seu livro “A Interpretação dos Sonhos”: “Sonho é a estrada que conduz à realidade da inconsciência”. Para Freud, os instintos reprimidos eram manifestados através dos sonhos. A psicologia diz que sonhar é um momento especial do ser em que ocorre a inatividade do corpo físico. Podemos considerar 4 tipos de sonhos: 
Sonhos fisiológicos - por influência orgânica vive-se situações alucinatórias.
 •Sonhos pantomnésicos - recordações do passado. 
• Sonhos premonitórios - apreensão do futuro, sonho profético. 
Sonhos espirituais - vivência no plano espiritual Conforme nos explica Allan Kardec em O Livro dos Espíritos – Cap. 8 “Emancipação da Alma” (400 a 412): 402
       - Como avaliar a liberdade do Espírito durante o sono?
       – “Pelos sonhos. Quando o corpo repousa, o Espírito tem mais condições de exercer seus dons, faculdades do que em vigília; tem a lembrança do passado e algumas vezes a premonição do futuro; adquire mais poder e pode entrar em comunicação com outros Espíritos, neste mundo ou em outro. Quando dizeis: tive um sonho esquisito, horrível, mas que não tem nada de real, enganais-vos; é, muitas vezes, a lembrança dos lugares e das coisas que vistes ou que vereis numa outra existência, ou num outro momento. O corpo, estando entorpecido, faz com que o Espírito se empenhe em superar suas amarras e investigar o passado ou o futuro... ... O sonho é a lembrança do que o Espírito viu durante o sono; mas notai que nem sempre sonhais, porque nem sempre vos lembrais do que vistes, ou de tudo o que vistes. É que vossa alma não está em pleno desdobramento. Muitas vezes, apenas fica a lembrança da perturbação que acompanha vossa partida ou vossa volta, à qual se acrescenta a do que fizestes ou do que vos preocupa no estado de vigília; sem isso, como explicaríeis esses sonhos absurdos que têm tanto os mais sábios quanto os mais simples? Os maus Espíritos se servem também dos sonhos para atormentar as almas fracas e medrosas.Segundo estudos os sonhos demonstram três importantes fatos: 
• Relação entre o Espírito e a Matéria 
• Agregação – como o corpo físico incide sobre os atos do espírito
 • Prova da Imortalidade da alma Recordação dos sonhos
        O sonho é a realidade das atividades do espírito, ou seja, uma lembrança do que o espírito viveu durante o sono. Seja uma recordação da infância ou vidas passadas, muitas vezes associada à vida presente, com uma projeção do futuro. Porém, nem sempre é possível e preciso a lembrança dos sonhos, pois poderia causar acontecimentos desagradáveis, devido à falta de desenvolvimento da alma de forma que permita um maior entendimento e aceitação. 
       A maior dificuldade está na interpretação dos sonhos. As lembranças são geralmente, associadas à vida encarnada e, nem sempre é isso que acontece. Muitas vezes está relacionada às vidas passadas porque o distanciamento do espírito amplia a memória das vidas anteriores. Pode -se dizer que o  espírito possui três atividades teóricas essenciais: a inteligência, a vontade e o pensamento, ultrapassando a linha do tempo. Existem profissionais fazem análises dos sonhos, porém é de suma importância que se faça com seriedade e responsabilidade. Muitas vezes estas análises trazem importantes informações que auxiliam no aprimoramento e autoconhecimento do espírito. Envolvidos aos sentimentos e emoções, nos sugestionamos às interpretações que julgamos serem as verdadeiras. 
        Sonhos premonitórios: Algumas vezes durante o sono ocorre a ampliação da condição da inteligência e os sonhos são conduzidos de forma a encontrar caminhos para solucionar problemas. O conteúdo, associado às preocupações vividas durante o dia podem sugerir previsões de acontecimentos ou ainda sofrer influências de espíritos desencarnados através do pensamento. Situações do dia a dia também podem influenciar os sonhos, daí as referências com brigas, água, fogo, etc. Quando o fato sonhado acontece, pode ser pela capacidade de clarividência, ou seja, um tipo mediúnico que permite ver acontecimentos do mundo material, como forma de diagnosticar situações, estando ou não associada a vidência, que é o tipo mediúnico que permite o médium a ver espíritos, como explica Kardec em O Livro dos Médiuns – Cap. XIV – “Médiuns Videntes” “168. Cumpre distinguir as aparições acidentais e espontâneas da faculdade propriamente dita de ver os Espíritos. As primeiras são frequentes, sobretudo no momento da morte das pessoas que aquele que vê amou ou conheceu e que o vêm prevenir de que já não são deste mundo. Há inúmeros exemplos de fatos deste gênero, sem falar das visões durante o sono. Doutras vezes, são, do mesmo modo, parentes, ou amigos que, conquanto mortos há mais ou menos tempo, aparecem, ou para avisar de um perigo, ou para dar um conselho, ou, ainda, para pedir um serviço.” Encontros com encarnados e desencarnados nos sonhos: Durante o sono o espírito se distancia do corpo físico, mas não fica inativo. Segundo o pesquisadores,  neste momento o encontro com entes-queridos é possível da mesma forma com desafetos, de acordo com o pensamento, que nos liga uns aos outros com uma variedade de motivos. Nestes encontros também é possível dar e receber ajuda. Os motivos dos encontros entre encarnados durante os sonhos, estando ou não no mesmo local, também são variados: situações inacabadas desta ou de outras vidas, preocupações, discussões muitas vezes familiares, que precisam de uma solução para auxiliar na evolução dos espíritos envolvidos. Este fenômeno é chamado “erraticidade parcial”. É muito importante o preparo do espírito e do ambiente antes de dormir, principalmente às pessoas que tem o hábito de ver TV como um estímulo para o sono.

domingo, 23 de agosto de 2015

BASE FAMILIAR

      A base familiar é de vital importância para o desenvolvimento e direcionamento para o bem. Se for mal orientada é a raiz de todos os problemas que o mundo enfrenta.
      Já com 3 anos de idade, a criança grava todos os problemas conjugais que presenciou e registra no seu subconsciente. A falta de equilíbrio emocional é decorrência da ansiedade, o que traz insegurança, agressividade e estranhas e maléficas reações do organismo, que exigem esforços dos pais para o controle das crianças e jovens, a fim de garantir-lhes saúde e rendimento escolar. 
      Isto requer atendimento psicopedagógico em todo o sistema educacional, o que pode prevenir esses problemas e assegurar a boa qualidade de ensino.
       Já aos jovens, devemos levá-los a assumir responsabilidades, a desenvolver espírito de solidariedade, ética e cidadania nas suas relações sociais, a começar na própria família e, ainda, procurar entender as causas de suas crises de irritabilidade, insegurança, ansiedade, depressão e outras, que herdaram ou assimilaram de pessoas de sua convivência, que não devem transmitir a seus descendentes e lhes restringe as condições para resolver simples questões escolares. No mais, destaca-se a importância de despertar-lhes suas verdadeiras vocações profissionais.
      Devemos também participar de suas atividades e atualizar-se com as inovações tecnológicas direcionando para atividades que afastem do vício. Prestar atenção quanto aos desvios de moral, orgulho, prepotência, falta de caráter, procurando mostrar como isto pode prejudicá-lo com sua integridade moral e ética. Se os pais não possuem essas qualidades e conhecimentos fica prejudicada a formação dos filhos e atrasa seu progresso intelectual e sua compreensão do mundo.
      Um reação em cadeia de irresponsabilidades e ignorância espalham e atingem todos reciprocamente. Pelo linguajar, pela atitude e comportamento, percebe-se antemão quão evoluídos estão determinados grupos. Moderação em seus gostos de entretenimento é importante para racionar melhor seu tempo e incentivar outros procedimentos pedagógicos direcionados a psicologia comportamental, política, matemática e ciência.
     Somos responsáveis pelo progresso da humanidade. Não é suficiente acreditar em Deus, Jesus e recitar o que está escrito na Bíblia ou em outro livro religioso, se não estender a mão para ajudar e cooperar no progresso humanitário. Não adianta delegar responsabilidades de nossos atos a outrem, Somente nós mesmos são culpados de nossas escolhas. A melidragem é um mal invisível que deturpa e destrói os relacionamentos por puro egoismo. Descobrindo a causa, para o efeito adotar o remédio, interceptando e cortando o mal pela raiz de forma sutil e didático. Por isso, é necessário o preparo e conhecimento, sem qual será impossível. 
           Estava a pensar sobre este assunto deste artigo quando veio a intuição de abrir o livro Consolador, e coincidentemente , na página onde abri, deparei com as perguntas elaborados por um grupo de médiuns ao espírito Emmanuel em Pedro Leopoldo em 1940, no livro O Consolador psicografado por Chico Xavier.
          Pergunta 109 – O período infantil é o mais importante para a tarefa educativa?
          - O período infantil é o mais sério e o mais propício à assimilação dos princípios educativos. Até aos sete anos, o Espírito ainda se encontra em fase de adaptação para a nova existência que lhe compete no mundo. Nessa idade, ainda não existe uma integração perfeita entre ele e a matéria orgânica. Suas recordações do plano espiritual são, por isso, mais vivas, tornando-se mais suscetível de renovar o caráter e a estabelecer novo caminho, na consolidação dos princípios de responsabilidade, se encontrar nos pais legítimos representantes do colégio familiar. Eis por que o lar é tão importante para a edificação do homem, e por que tão profunda é a missão da mulher perante as leis divinas. Passada a época infantil, credora de toda vigilância e carinho por parte das energias paternais, os processos de educação moral, que formam o caráter, tornam-se mais difíceis com a integração do Espírito em seu mundo orgânico material, e , atingida a maioridade, se a educação não se houver feito no lar, então, só o processo violento das provas rudes, no mundo, pode renovar o pensamento e a concepção das criaturas, porquanto a alma reencarnada terá retomado todo o seu patrimônio nocivo do pretérito e reincidirá nas mesmas quedas, se lhe faltou a Luz interior dos sagrados princípios educativos.
         Pergunta 110 – Qual a melhor escola de preparação das almas reencarnadas, na Terra?
         - A melhor escola ainda é o lar, onde a criatura deve receber as bases do sentimento e do caráter. Os estabelecimentos de ensino, propriamente do mundo, podem instruir, mas só o instituto da família pode educar. É por essa razão que a universidade poderá fazer o cidadão, mas somente o lar pode edificar o homem. Na sua grandiosa tarefa de cristianização, essa é a profunda finalidade do Espiritismo evangélico, no sentido de iluminar a consciência da criatura, a fim de que o lar se refaça e novo ciclo de progresso espiritual se traduza, entre os homens, em lares cristãos, para a nova era da Humanidade.
          Pergunta  111 –É justa a fundação de institutos para a educação sexual?
          - Quando os professores do mundo estiverem plenamente despreocupados das tabelas administrativas, dos auxílios oficiais, da classificação de salários, das situações de evidência no magistério, das promoções, etc., para sentirem nos discípulos os filhos reais do seu coração, serão acertados cogitar-se da fundação de educandários dessa natureza, porquanto haverá muito amor dentro das almas, assegurando o êxito das iniciativas. Os professores do mundo, todavia, considerando o quadro legítimo das exceções, ainda não passam de servidores do Estado, angustiados na concorrência do profissionalismo. Na sagrada missão de ensinar, eles instruem o intelecto, mas, de um modo geral, ainda não sabem iluminar o coração dos discípulos, por necessitados da própria iluminação. Examinada a questão desse modo, e atendendo às circunstâncias das posições evolutivas, consideramos que os pais são os mestres da educação sexual de seus filhos, indicados naturalmente para essa tarefa, até que o orbe possua , por toda parte, as verdadeiras escolas de Jesus, onde a mulher, em qualquer estado civil, se integre na divina missão da maternidade espiritual de seus pequenos tutelados e onde o homem, convocado ao labor educativo, se transforme num centro de paternal amor e amoroso respeito para com os seus discípulos.

         Dá vontade de transcrever o livro inteiro. Mas o que fica aqui,  é a essência do ensinamento, que não tenha nada que a lógica despojada da nossas imperfeições, não nos apontem para a bondade e  a caridade. Nossa visão do infinito está muito restrita à esta curta vida. Com as elucidações divinas e nossas reformas íntimas, hão de expandirem.

quinta-feira, 20 de agosto de 2015




EGOISMO

         Egoísmo (ego+ismo)) é o hábito ou a atitude de uma pessoa colocar seus interesses, opiniões, desejos, necessidades em primeiro lugar, em detrimento (ou não) do ambiente e das demais pessoas com que se relaciona. Neste sentido, é o antônimo de altruismo.
         O egoismo é o pior de todos os vícios e dele se deriva todo o mal e para combatê-lo é necessário reformar as instituições humanas, com a educação poderá ser extirpada do coração humano. A perda do egoismo será conseguida pelas sucessivas experiências de causas e efeitos. Não é humana em si mesma. Quando a lei da justiça for participada por todos, poderemos compreender que somos cúmplice deste mal efeito e que nos atinge nas mais profundas imperfeições da personalidade e atrasam no nosso progresso moral.
         O desdobramento da percepção no outro semelhante, como referência de exemplo, poderá discernir a imperfeição em si, através das próprias atitudes em uma simulação de uma situação experimentada.
         As pessoas costumam falar na primeira pessoa como: eu sou..., eu faço, eu quero, meu isso, meu aquilo. Destaco uma frase bastante intrigante: " O homem é tão egoísta que foi preciso falar-lhe que de uma recompensa em outra vida, par que ele praticasse o bem nessa." 
Não confundir egoismo com o instinto de conservação. Pois este último é inato do ser humano pela sobrevivência e o outro é pelo poder e seu engrandecimento.
        Outra frase muito interessante: " Se as coisas são feitas para serem usadas e as pessoas para serem amadas, por que amamos as coisas e usamos as pessoas?" Bem compreendido, temos nisso o objetivo e o meio para alcançá-lo de uma forma cruel e leviana.
       Pode ser confundida com outras imperfeições, por estar associada às características afins. Por exemplo: a avareza é uma forma de egoismo. Ambicionar  e não querer compartilhar, pode trazer muitas restrições  de sentimento e necessidades alheias. E está muito relacionado ao próximo. Este é objeto da antipatia pessoal, o qual o seu sucesso  pode trazer angústias. Querer o bem só para si é a forma pura do egoismo.  Primeiro passo é encontrar como originou-se este conflito e impulso nato e criar fórmulas para gradativamente policiar-se e retomar o controle do equilíbrio, através de um padrão ideal de comportamento exemplar. Feito isso, contemplar para que afirme esta nova condição e não tenha uma recaída por descontrole e transtorno explosivo.
         Já se perguntou varias vezes por que está nesta vida  e até se sentiu injusto a sua condição atual. O que não se lembra, é que o fato de que é a única forma legítima, natural e segura do autoconhecimento para as vicissitudes das inclinações morais e físicas individuais . A experiência de vida é o único de fato que pode afirmar a integridade genuína particular.
         

terça-feira, 18 de agosto de 2015

                           NOSSO CORPO FÍSICO

         Uma das hipótese fundamentais e principais da biologia celular é o de que todas as células se originam a partir de células pré-existentes, com exceção do ovo ou zigoto que, nos seres vivos com reprodução sexuada, resulta da união de duas células reprodutivas (gâmetas), cada qual com metade da informação genética de seus ascendentes.
         A mitose é um processo de divisão celular, já que, a partir de uma célula formada, originam-se duas células com a mesma composição genética (mesmo número e tipo de cromossomos), mantendo assim inalterada a composição e teor de DNA característico da espécie (exceto se ocorrer uma mutação, fenômeno menos comum e acidental). Este processo de divisão celular é comum a todos os seres vivos, dos animais e plantas multicelulares até os organismos unicelulares, nos quais, muitas vezes, este é o principal ou, até mesmo, o único processo de reprodução (reprodução assexuada).
este processo se divide em fases e duram em média de 50 à 80 minutos.
       Todas as células de noso corpo se renovam de forma diferente de expectativa de vida. Hemácias por exemplo, vivem cerca de quatro mêses enquanto que os leucócitos viver um ano. Célula do cólon vivem apenas quatro dias e neurônios duram a vida inteira.
Cabelo: Elemento natural do corpo, tem uma vida útil de cerca de seis anos para as mulheres e de três anos para os homens.
Fígado: O fígado é o “desintoxicador” do corpo humano, responsável pela purificação de uma grande variedade de contaminantes do organismo. Tem suas células renovadas em períodos que variam entre 150 a 500 dias.
Estômago e intestinos: As células que revestem a superfície do estômago e dos intestinos têm uma vida curta e difícil. Constantemente acometidos por corrosivos, como ácidos, normalmente duram, em média, apenas cinco dias.
      As células da sua pele duram duas ou três semanas; os espermatozoides vivem por apenas três dias.
Ossos: As células do sistema esquelético se regeneram quase constantemente, mas o processo completo leva um total de 10 anos. O processo de renovação diminui à medida que envelhecemos, por isso, os nossos ossos ficam mais frágeis e fino.
       Fisiologicamente, o envelhecimento está associado à perda de tecido fibroso, à taxa mais lenta de renovação celular, e à redução da rede vascular e glandular. A função de barreira que mantém a hidratação celular também fica prejudicada. Dependendo da genética e do estilo de vida, as funções fisiológicas normais da pele podem diminuir em 50% até meia-idade.
      Contudo, depois de elucidado de como funciona o nosso organismo, não tem desculpa para ficar parado. Antigamente as escolas levavam mais à sério a educação física e ensinavam como a praticar exercícios localizados e também os aeróbicos. Assim já de pequeno, criava  o hábito salutar de manter o corpo em atividade metabólica e evitar diversas doenças provocadas pelo sedentarismo.
 
   O homem moderno esta cada vez mais em estado absoluto de inércia. A dança da vida celular exige cada vez mais atitude responsáveis e conscientes. Não podemos viver um mundo artificial e sem sentimentos. A matemática da vida é implacável e os números não mentem por si. Os números estão em toda as áreas da vida, é preciso saber o que soma e o que diminui.
      Podemos dizer assim que todo nosso corpo depois de dez anos será renovado. Só ficar tento com relação as precauções que lemos ali e acolá. Os manuais da vida são direito de todos e estão afixados em tudo quanto é lugar.


quinta-feira, 13 de agosto de 2015


SANTÍSSIMA MARIA

Nos testemunhos do Evangelho encontramos registrados das palavras ditas e respectivas  respostas para Maria, mãe de jesus:
Palavras de Maria

A Anunciação por Eustache Le Sueur, um exemplo da arte Mariana do século XVII. O anjo Gabriel anuncia a Maria que ela dará a luz a Jesus e lhe oferece lírios brancos.

Nos Evangelhos Maria faz uso da palavra por sete vezes, três delas dirigidas ao Anjo da Anunciação, o Magnificat em resposta a Isabel, duas dirigidas ao seu Filho e uma só e última vez dirigida aos homens (aos servos das bodas de Caná) que a Igreja Católica conserva com todo o valor de um testamento:

· Na Anunciação:

· Como poderá ser isto, se não conheço varão? (Lucas 1:34).

· "Eis aqui a serva do senhor, faça-se em mim, segundo a Tua palavra (Lucas 1:38)

· Na Visitação (o Magnificat):

· "A minha alma engrandece o Senhor." (Lucas 1:46-55)

· Jesus entre os doutores:

· "Filho, porque fizeste isto conosco? eis que teu pai e eu te procurávamos angustiados." (Lucas 2:48).

· Bodas de Caná:

· "Não têm mais vinho"... (João 2:3).

· "Fazei tudo o que Ele vos disser" (João 2:5)
Palavras dirigidas a Maria

Nos Evangelhos por oito vezes a palavra é dirigida a Maria:

· Na Anunciação:

· A saudação do anjo: Ave, cheia de graça, o Senhor está contigo

· O anúncio da Encarnação: Eis que conceberás no teu seio e darás à luz um filho a quem porás o nome de Jesus. (Lucas 1:30-33).

· Por obra e graça do Espírito Santo: O Espírito Santo descerá sobre ti e o poder do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; por isso também o que nascer será chamado Santo, Filho de Deus.(Lucas 1:35-37).

· A Profecia de Simeão:

· Simeão Lhe fala da espada que trespassará o coração: ...e uma espada trespassará a tua própria alma a fim de que se descubram os pensamentos de muitos corações. (Lucas 2:34).

· Na Visitação:

· Isabel ao responder à sua saudação: Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! (Lucas 1:42-45).

· Jesus entre os doutores:

· O menino Jesus a responde no templo: Por que me buscáveis? Não sabíeis que devo estar na casa de meu Pai? (Lucas 2:49)

· Nas Bodas de Caná:

· Cristo:Respondeu-lhe Jesus: Mulher, isso compete a nós? Minha hora ainda não chegou. (João 2:4)

· Stabat Mater:

· Por Cristo na Cruz: Jesus, vendo a sua Mãe e, junto d'Ela, o discípulo que amava, disse à sua Mãe: "Mulher, eis aí o teu filho." Depois disse ao discípulo: "Eis aí a tua Mãe." E daquela hora em diante o discípulo a levou para sua casa. (João 19:26-27). 

        Nos apócrifos encontramos registros da vida de Maria como a primeira Cristã da história do Cristianismo. 
        Nas psicografias de Chico Xavier com relação ao plano espiritual, a Santíssima coordena as assistências com muito amor toda a Humanidade inteira.
       O  espírito Emmanuel ditou, por meio de Chico Xavier em 1983, um retrato falado de Maria de Nazaré ao fotógrafo Vicente Avela, de São Paulo. 

     
        Não é nos permitido saber o nosso passado mais distante de outras reencarnações porque alteraria nosso equilíbrio psíquico. A resistência em acreditar no processo reencarnatório é compreendido, visto que é uma aversão íntima da nossa consciência com relação nossas imperfeições. E assim procura desesperadamente justificar nas escritas dos textos sagrados, interpretando-a de forma à provar contrário ao fato. Uma vez superado isso, torna-se aceitável este planejamento divino. 
        Sempre que nosso coração sincero faz um pedido legítimo o plano superior distintamente atende ao nosso auxílio de forma indireta conforme merecimento individual ou coletivo.
        A forma humana espiritual é de perfeição. Se observamos alguns traços familiares, é de forma providencial para que atraia nosso entendimento. Com efeito,  o que caracteriza é a impressão da energia que nos toca o coração e a alma. Isto emocionalmente é indescritível.



quarta-feira, 12 de agosto de 2015


       
       
IMPRESSÕES PSÍQUICAS

As impressões emotivas cotidianas somam com nossas tendências pessoais individuais. Conhecendo as imperfeições pode-se compreender como nossos padrões estão acima ou abaixo das nossas próprias expectativas da perfeição. O conhecimento universal nato do senso comum permite-nos o discernimento entre o certo e errado, como  a ação e reação. Os pesadelos que projetamos possui um caráter moral acrescentado com o absurdo surrealista. 
         Diante do incrível e dos diversos tipos de projeções mentais distorcidos por sensações físicas, que excitam nossos receptores neurais e conseqüentemente nosso subconsciente age instintivamente. O cérebro é um órgão à parte, porque dele que conseguimos interagir com o plano físico.Todos os sentidos como a visão, sentimentos de medo, espaço e tempo, orgulho, arrependimento, angústia, são no plano espiritual, as sensações que prevalecem. Nas esferas mais baixas a subjugação é prior, onde o escravo e o senhor são as fontes principais de relacionamento. A prepotência e a maldade, o medo e a covardia pela falta do amor e da fé. É uma corrida de caçador e caça, como em muitos delírios.
        Os cientista quase totalidade são unanimes em acreditar que nossas consciências são os "Olhos de Deus". Não adianta querer enganar o Onipresente, o Onisciente e Onipotente. O auto engano é demagogo e ilusório. Apenas os circunscritos levam adiante este engano dos sentimos e sentidos.
       Não esquecer que os cetis podem serem pagos ainda nesta jornada.
       Vigie e faça uma retrospectiva. Não vão faltar mestres para poder auxiliar. Felizmente contamos com esse precioso recurso. O preconceito e o orgulho são nossos respectivamente, primeira e última expiações.
       Um parágrafo que sintetiza muito bem isso, posso encontrar muito bem escrito no Livro dos espiritos, capítulo XVI da autoria do espírito Lázaro, Paris, 1863: 
      "O dever é o resumo prático de todas as especulações morais; é uma bravura da alma que afronta as angústias da luta, é austero e flexível; pronto a dobrar-se às diversas complicações, permanece inflexível diante de suas tentações. O homem que cumpre o seu dever ama a Deus mais que as criaturas, e as criaturas mais do que a si mesmo; ele é, ao mesmo tempo, juiz e escravo em sua própria causa."
       Os desafios são constantes e dinâmicos mas devemos persistir, resistir e compreender a verdadeira natureza de nossos objetivos. A evolução depende de muita de nossa abdicação e trabalho ao desenvolvimento moral.

quinta-feira, 23 de julho de 2015




CONFIANÇA

      João foi o discípulo que mais presenciou todos os feitos de Jesus. Inclusive no seu ultimo momento apresentou como filho de sua mãe Maria.
“E junto à cruz estavam a mãe de Jesus, e a irmã dela, e Maria, mulher de Clopas, e Maria Madalena. Vendo Jesus sua mãe e junto a ela o discípulo amado, disse: Mulher, eis aí teu filho. Depois, disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. Dessa hora em diante, o discípulo a tomou para casa” (João 19:25-27).
        
         Jesus conhecia tudo que iria acontecer de forma profética. Sua missão corria de forma perigosa e sua fama teria ameaçado a zona de conforto privilegiada dos líderes religiosos judeus. Jesus veio mostrar as novas leis, sintetizando no Amor ao próximo e na reforma íntima. A reencarnação não era bem aceito naquela época  como não é nos dias atuais. Esta repulsa e preocupação é compreendida. Ninguém quer aceitar valores que os colocam em uma situação de desprendimento materiais, morais  e de conquistas,  que nos são muito cobiçados. 
         Há relatos em psicografias de espíritos que viram Jesus na esferas superiores e de que também, existem  missões relevantes de progressos em nossas esferas sendo desencadeadas.
         Através dos detalhes dos fatos de quando Jesus  passou por aqui, conseguimos decifrar de como funciona o intercâmbio das informações trocadas, pela intuição ou por mediunidade entre os planos material e anímico. Certamente Jesus tinha a essência  do mecanismo mediúnico transcendental. É fácil compreender isso atualmente pela observância das leis que Jesus queria relacionar, que conflitavam na época com as leis mosaicas dos judeus, que eram compostas de 613 disposições de ordens . O foco principal aqui, é como a fluência do ensinamento interagia, em contrapartida com a resistência da crença de alguns pontos principais imperativos, ainda que especulativos. A reencarnação é um desses pontos conflitantes. Quem quer se submeter às provas partindo apenas de sua essência mal formada e imperfeita? 
           A natureza humana se forma com a substância de que gerou. A alma se reveste com a aura espiritual e corresponde à um dos diversos corpos que compomos. O núcleo com os genes comportam características sublimes de gerações de mutações morais e subsequentes compostos energéticos individuais. As emoções criam uma impressão profunda que transforma o nosso campo animístico. A emoção transformadora, com poder de impulsionar o ser para as esferas superiores são as emoções que estamos à séculos experimentando, porém junto com elas, seus antagônicos nos jazem  de forma persistentes e avultas. O controle das emoções é o nosso primeiro ponto de partida. Diferenciá-los e controlá-los são o segundo segmento. Precisamos praticar valores que acalmam e refrigeram nossa consciência. É nela que Deus olha o mundo que acreditamos  no nosso íntimo e não existe o meio termo .  É em vão querermos  acreditar naquilo que convenhamos.
         Para punir o mal Deus criou a justiça, para ensinar o amor, permitiu-nos a criação final de sua obra.    




        

segunda-feira, 20 de julho de 2015

   



"WAPTOKWA ZAWRE" (DEUS)

        Todas a s etapas evolutivas da natureza humana ainda se preserva na crosta terrestre. Nosso conhecimento e consciência da vida de modo geral são muito limitadas. E com a modernidade, esses laços se estreitam cada vez mais. Isto é. Ficamos cada vez mais tapados, como um antolho onde nossa visão fica restrita à uma só direção.Entende-se que apenas uma leitura do assunto em questão, não se compara com experiências de causas, vividas e praticadas in loco.         Nas comunidades indígenas, nas regiões do norte e centro oeste, destacamos os xerentes cuja língua nativa, aqü~em, as frase de sua língua também variam com o gênero e número, formando frases diferente para determinados modos como nós também fazemos com a nossa língua. Isso determina que é uma essência linguística natural . Por exemplo: - Ai si picõ ?! (tradução: - Cadê sua esposa?!) Se for colocar na forma pretérita ou passada seria pronunciada diferente. Algumas palavras eu consegui memorizar como câ - água, depró- café, catuzê- mistura, que pode ser carne, bolo, pão ou outro acompanhamento do café("depró"). Biró- milho e nomes de animais diversos. Agora o mais importante que eu queria mencionar. Deus é "Waptokwa Zawre". Sim eles acreditam que existem espíritos perversos, malfazejos, que trazem doenças e incitam brigas entre parentes e amigos. Eles se utilizam de incensos, rezas em línguas muito antigas, em desuso deles mesmos. Artefatos, danças rituais e alguns caso de unguentos, chás e pinturas características. É o Curandeiro da aldeia. Um ancião com conhecimentos misticos herdado de geração a geração por longo tempo. A mim resta naquele contexto, apenas observar sem tirar conclusões. Quem sou para poder discernir naquela época , tamanha discrepância antropológica social.
          Consegue entender tamanha afronta do ser humano? Acreditar que neste ecossistema, em que se encontramos, pois tal se acha que se estivesse em situação igual teria maior capacidade e evolução. Pois pois teria que se despojar da recente situação de conforto que se encontra, onde todo o aparato tecnológico a sua disposição e prazer se encontra pronto e em avanços constantes de desenvolvimento tecnológico. Os aborígenes resta apenas  escandalizar-se com  a aproximação da civilização e não entendiam como os produtos alimentícios estavam expostos em prateleiras prontos para consumo e em embalagens que  só precisaria, como mágica,  de um pedaço de papel para fazer a troca. Fora isso e mais algumas discrepâncias, o homem primitiva vivia de forma similar ao contemporâneo. Formavam famílias de forma idêntica, a maioria de forma monogâmica. Pagavam dotes para o patriarca em troca da filha mais nova.Tinham filhos , educavam e ensinavam a falar.Também faziam as cerimônias de núpcias, as festas comemorativas de época, o preparo dos alimentos,como  a farinha de mandioca, o curau do milho, o cozimento dos alimentos e também descobertas dos  efeitos das ervas, como os venenos e psicotrópicos para eles e para aos animais. Inclusive usavam como artifícios para pescas, onde certas ervas possuem propriedades de alterar as condições físicas e desoxigenação dos rios. E o incrível que eles têm consciência da periodicidade em que podem fazê-lo sustentavelmente, sem causar desequilíbrio do habitat.
            Na natureza Deus ou como conheciam os silvícolas Xerentes, "Waptokwa"(uápitocuá- pronúncia), Senhor e criador de tudo, era o que eles também acreditavam. Acreditavam que colocou dentro de cada ser, uma essência natural , tal cada ser possui uma individualidade ímpar. O exemplo disso pode-se observar noos insetos como o "zãmbu(formiga), que possui vida diferente da "aikte nrã"(minhoca). Ninguém ensina para a formiga o que ele deve fazer e nem para a minhoca, Uma vive organizada e em comunidade cada qual com sua função específica, outra  cega, cavando , aerando, comendo e excretando a terra para tornar fértil.
          Continuando com a lista de exemplos, citamos o "supra kre~ti (vespão) e ao wrãhêpo (barata). Se pesquisarem como se relacionam, ficariam pasmados e com certeza sentiram um sentimento inusitado com relação a repugnância da wrãpêpo. Sentiriam pena, dó desse ser em vez de repugnância.
Funciona assim: a vespa precisa de um hospedeiro para injetar seus óvulos para eclodirem. Pode ser uma "sbi" (aranha), uma barata, ou outros inseto. Só que com a aranha, que é mais comum de encontrar nas vegetações terrestres, a vespa precisa lutar mortalmente e às vezes ela perde a luta. Com a wrãhêpo(barata) é diferente. Ela ferroa a barata com uma quantidade super controlada de veneno, para deixá-la apenas em estado de zumbi, imóvel. Depois vem a etapa seguinte, que é a inoculação das larvas na Blattodea (nome científico da barata(wrãhepo)), que por sua vez vai crescer e se alimentar da sua carcaça viva e estática. Este é o ciclo de vida da vespa. Caçar um hospedeiro para sua prole. Essa é sua essência de vida. Nasceu sem precisar aprender, puro instinto.
           Por fim, isso vale para todos os outro animais, par o castor com suas represas, para o joão-de-barro com suas casinhas, para o besouro bombardeiro com seu jato de água fervente, para o lagarto de deserto com seu espirro de sal de cozinha, entre outros, eles se disponibilizam de conhecimento e técnica nata de sua espécie, que ficaram registrado em algum fragmento em seu DNA. Isso é uma característica de todos os animais, inclusive do homo sapiens.
         - Mas o que o homem já nasceu sabendo sem que precisasse aprender?
          Voltamos ao começo deste texto. Aos autóctones indígenas. Qual a característica principal em todos os primitivos de todo o globo terrestre, inclusive aos mais isolados? A resposta está no "sekwa" (pajé). O curandeiro místico, vidente, comum em todas as aldeias, principalmente às que nunca tiveram contato com qualquer outra civilização ou tripo. Está na sua crença religiosa.
         Antropologicamente então concluímos que todo homem tem dentro de si, a consciência da existência de Deus. Para os indígenas, pode ser representado simbolicamente por um totem, um astro como a lua (animismo: Deus Lua), as estrelas, o sol, ou também algum lugar, como: rio, cachoeira e muitos outros tipos.
         Por isso que todos temos a necessidade de acreditar em alguma divindade, seja qual religião que herdamos ou  simpatizamos-nos com  sectarismos e excentricidades.
         A resposta de tudo, com certeza está na Natureza.
         
       

domingo, 1 de março de 2015






LÁZARO, O ESPÍRITO DO AMOR

Matéria publicada no Jornal Mundo Espírita - agosto/2005

Lázaro é a forma grega da abreviação hebraica lãzãr - Eleazar - "Deus ajuda", e João o cita em seu Evangelho, nos capítulos 11 e 12.

É apresentado como irmão de Marta e Maria, residentes todos em Betânia, distante cerca de uma hora de Jerusalém. Era uma aldeia singela, cercada "por imensos campos de cevada, pequenos bosques de olivedos e figueiras" (1), no caminho de Jerusalém para Jericó.

A aldeia era um contraste à aspereza da Judéia, pelo verdor de que se revestia. Os declives eram cheios de folhagens, as casas brancas mostravam seus alpendres floridos e flores miúdas enfeitavam o tapete de relva verdejante.

Lázaro, como suas irmãs, amava Jesus e o dizia abertamente. Jesus era como um membro da família e recebido sempre com alegria. Quando o Mestre se encontra nas proximidades, é ali, na casinha risonha e franca, que é recebido à porta pelo amigo, com efusivo abraço e o ósculo no rosto.

Em Betânia teve Jesus uma segunda família, no ninho de afeições que lhe oferecem os amigos. O amigo dedicado, Lázaro, lá estava. Era o único lugar onde o Galileu podia gozar algumas horas de sossego, de intimidade familiar - era como se estivesse em casa. Lázaro é, pois, o grande e devotado amigo de Jesus.

Foi em Betânia, enquanto o Rabi narra ao amigo os últimos acontecimentos e explana sobre o futuro, enquanto a noite avança, que se deu o célebre episódio em que Jesus enfatiza a escolha da melhor parte, conforme narra Lucas no seu Evangelho, cap. 10:38-42.

Quando Lázaro adoeceu, no mês de shebat (fevereiro), Jesus se encontrava pregando na Peréia e as irmãs lhe remeteram um mensageiro. Foram dois dias de marcha e o recado foi breve: "Senhor, eis que está enfermo aquele que amas."

O profeta de Nazaré o sossega, despedindo-o com a certeza de que "aquela enfermidade não levaria à morte, antes era para a glória de Deus." Passados dois dias, Jesus empreende a jornada de retorno à Betânia, portanto, ao chegar ao seu destino, Lázaro estava com quatro dias de sepultura, pois morrera no mesmo dia em que o mensageiro de Marta e Maria transmitira a Jesus o recado.

Por ser uma família distinta e estimada, havia muitas visitas na chácara de Betânia, quando a notícia da presença de Jesus O precede. Marta vai ao Seu encontro e, na encruzilhada, à beira da povoação, avistando-O, fala-lhe: "Senhor, se estiveras aqui não teria morrido meu irmão." Parece uma queixa e um velado pedido, que se reveste de leve esperança.

Não longe dali ficava o sepulcro de Lázaro, num rochedo da encosta. O acesso se dava por estreita escada rústica e uma escura galeria subterrânea, com um bloco de pedra, em forma de mó, tapando a boca do sepulcro.

Jesus pede a Marta que chame sua irmã e, acompanhado ainda por todos os judeus que estavam na casa àquela hora e seguiram Maria, o Mestre se dirige ao local onde o corpo do amigo estava encerrado.Narra o evangelista que Jesus chorou. Embora os judeus tenham comentado que aquela era a demonstração do quanto o Rabi amava Lázaro, as Suas lágrimas sentidas e sinceras se deviam à constatação da ignorância de que os homens ainda eram portadores e, conseqüentemente, pelas dores que os avassalariam por largo tempo empós.

Ao comando de Jesus, Marta manda abrir o túmulo. Um hálito pestífero se espalha pela vizinhança. Envolto em largas faixas embalsamadas de essências raras, o rosto coberto com um sudário, lá está o cadáver.

Ora o Mestre ao Pai e depois brada com voz vibrante: "Lázaro, vem para fora."

Alguma coisa branca se move no fundo escuro da catacumba. Aproxima-se. Os contornos parecem mais nítidos. Caminha lentamente. E, enrolado da cabeça aos pés nas faixas do embalsamamento, Lázaro respondeu a Jesus: "Eis-me aqui, Senhor!"

Quando a noite se fez, Lázaro é novamente o bom hospedeiro, andando, sorrindo, comendo do pão que todos comiam. Era o motivo de todas as alegrias. Ao mesmo tempo, um motivo de terror.

Para aquela gente, ele se tornou um enigma. Quais seriam suas recordações daqueles quatro dias em que estivera no Vale da Morte? Mas ninguém ousava lhe perguntar as aventuras da misteriosa viagem.

Pelo desconhecimento da letargia, nas semanas que se seguiram, quase que não se falava de outra coisa em Jerusalém e arredores. Jesus nem tocara no cadáver. Apenas ordenara e Lázaro agora estava no meio deles, em perfeita saúde. Muitos o procuravam e ele se tornou alvo de curiosidade geral. Depois de verem a Lázaro, os curiosos iam ter com Jesus, contemplando com um misto de admiração e medo aquele homem de Nazaré, que dava ordens à própria morte, e a morte Lhe obedecia.

Quando, uma semana antes de Sua morte na cruz, Jesus retorna a Betânia, narram João, Marcos e Mateus que a localidade fervilhava de peregrinos, por causa das celebrações da Páscoa judaica.

Jesus foi convidado a jantar em casa de um tal Simão, chamado leproso. Talvez um daqueles que Ele curara em algum momento da Sua jornada de luz pela Terra.

Lázaro foi convidado, naturalmente, para tomar lugar à mesa do festim. Personagem tão distinto não poderia faltar. Entretanto, desde que o Amigo Celeste o trouxera de retorno à vida física, despertando-o do sono letárgico, Lázaro não é mais o mesmo. Tudo ao seu redor, a paisagem risonha, a casa confortável, a delícia da vida, tudo se tornou uma coisa sem importância.

Lázaro entendera a mensagem de Jesus. Os homens o temem porque percebem que o sangue palpita nas suas veias, seu corpo é quente, seus olhos brilham, seus lábios sorriem. Ele retornou "do outro lado", e dentro dele a vida canta "como esplende na paisagem colorida e na asa dos pássaros." (3)

Em Lázaro há uma intensa alegria pois reconhece a verdade nas palavras de Jesus: "Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim viverá, ainda que tenha morrido; e quem em vida crê em mim não morrerá eternamente."

Séculos depois, quando o Espírito de Verdade prepara a vinda do Consolador, Lázaro integra a equipe.

São de sua autoria as páginas, A afabilidade e a doçura, Obediência e resignação, A lei de amor, O dever, que se encontram em O evangelho segundo o espiritismo, no capítulo IX, itens 6 e 8, capítulo XI, item 8 e no de número XVII, item 7, ditadas todas no período de 1861 a 1863, em Paris.

Bem se revela Lázaro como aquele que muito amou a Jesus, elegendo-O à condição de amigo e seguindo-O, na qualidade de Guia e Modelo, quando afirma: "O amor resume a doutrina de Jesus toda inteira, visto que esse é o sentimento por excelência..."

"... A lei de amor substitui a personalidade pela fusão dos seres; extingue as misérias sociais...Quando Jesus pronunciou a divina palavra - amor, os povos sobressaltaram-se e os mártires, ébrios de esperança, desceram ao circo." (O evangelho segundo o espiritismo, cap. XI, item 8)

Trecho do Evangelho Segundo O Espiritismo:


INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS

A LEI DE AMOR

  O amor resume inteiramente a doutrina de Jesus, porque é o sentimento por excelência, e os sentimentos são os instintos elevados à altura do progresso realizado. No seu início, o homem não tem senão instintos; mais avançado e corrompido, só tem sensações; mais instruído e purificado, tem sentimentos; e o ponto delicado do sentimento é o amor, não o amor no sentido vulgar do termo, mas este sol interior que condensa e reúne em seu foco ardente todas as aspirações e todas as revelações sobre-humanas. A lei de amor substitui a personalidade pela fusão dos seres e aniquila as misérias sociais. Feliz aquele que, ultrapassando a sua humanidade, ama com amplo amor seus irmãos em dores! Feliz aquele que ama, porque não conhece nem a angústia da alma, nem a miséria do corpo; seus pés são leves, e vive como que transportado para fora de si mesmo. Quando Jesus pronunciou esta palavra divina – amor –, ela fez estremecer os povos, e os mártires, ébrios de esperança, desceram ao circo.

O Espiritismo, a seu turno, vem pronunciar uma segunda palavra do alfabeto divino; estai atentos, porque esta palavra ergue a pedra dos túmulos vazios, e a reencarnação, triunfando sobre a morte, revela ao homem maravilhado seu patrimônio intelectual; não é mais aos suplícios que ela o conduz, mas à conquista do seu ser, elevado e transfigurado. O sangue resgatou o Espírito, e o Espírito deve hoje resgatar o homem da matéria.

Disse eu que no seu início o homem não tem senão instintos e aquele, pois, em quem os instintos dominam, está mais próximo do ponto de partida que do objetivo. Para avançar em direção ao objetivo, é preciso vencer os instintos em proveito dos sentimentos, quer dizer, aperfeiçoar estes, sufocando os germes latentes da matéria. Os instintos são a germinação e os embriões do sentimento; eles carregam consigo o progresso, como a bolota encerra o carvalho, e os seres menos avançados são aqueles que, não se despojando senão pouco a pouco de sua crisálida, permanecem escravizados aos instintos. O Espírito deve ser cultivado como um campo; toda a riqueza futura depende do labor presente, e mais do que terretres, levar-os-á à gloriosa elevação; é então que compreendendo a lei do amor que une todos os seres, nela encontrareis as suaves alegrias da alma, que são o prelúdio das alegrias celestes.(LÁZARO, paris,1862).